Oportunidades | Motéis mudam ambiente dos quartos e se "fingem de santinhos" para atrair turista da Copa
Quarto do motel Lush, em São Paulo: motéis querem parecer hotéis para turistas da Copa.
A origem do motel (Motor + Hotel) é dos EUA e sua função era hospedar viajantes a caminho dos seus destinos. Assim, mudar a forma como "usar" um motel é altamente plausível e oportunista.
Camas redondas substituídas por convencionais. Canais eróticos bloqueados. Para receber turistas na Copa, os motéis querem parecer hotéis (com alguns extras).
Com os preços dos hotéis subindo e a disponibilidade de quartos diminuindo rapidamente, os motéis se preparam para ser uma alternativa atraente de acomodação na Copa do Mundo. Para isso, nada de camas redondas, espelho no teto ou filmes para maiores de 18 anos nas televisões.
A estratégia do setor é oferecer uma experiência de hospedagem diferenciada em relação aos hotéis, como cozinha aberta 24 horas e, principalmente, garagem e piscina privativas.
Tudo isso mantendo o que oferecem os hotéis, isto é, café da manhã, entrar e sair quando quiser e reservas feitas de forma online.
A iniciativa de dar esta cara a alguns estabelecimentos é liderada pela Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) e já conta com a participação de cerca de 50 empreendimentos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.
Segundo Rodolfo Elsas, diretor comercial do Guia de Motéis, site que centraliza reservas no período da Copa, não é viável pedir que os motéis façam grandes adaptações de arquitetura, mas os estabelecimentos escolhidos fizeram algumas mudanças neste sentido.
Muitos que vão hospedar turistas têm também um estilo mais elegante que se afasta da imagem tradicional do setor.
"Nós queremos que as pessoas saibam que estão se hospedando em um lugar diferenciado, que tem as suas vantagens", diz ele.
As tarifas, no entanto, não serão exatamente uma pechincha. Segundo Elsas, os motéis cobrarão o dobro do valor pedido pela estadia de 12 horas, o que ficaria em cerca de R$ 400 a diária.
Para quem viaja com crianças, no entanto, pode ser que hajam problemas, já que os motéis não permitem a entrada de menores de 18 anos.
De acordo com Elsas, ficará a cargo de cada lugar aceitar ou não a presença de crianças. Ele diz que a orientação da empresa é para que só sejam aceitas crianças com certidão de nascimento ou outro documento que prove que está acompanhada dos pais.
Fonte: Exame