Mulheres de Negócios | perfil de mulheres empreendedoras mostra que ela não trocaria o seu negócio por um emprego fixo
Foi divulgada recentemente - em comemoração ao mês da mulher - uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O tema está na agenda do dia: o perfil das empreendedoras brasileiras.Realizada nas 27 capitais do país, a pesquisa procurou identificar quem são e o que querem as mulheres donas de negócios no Brasil. O que mais chamou atenção nos dados coletados foi a dedicação destas mulheres aos seus empreendimentos. Elas não os trocariam nem por um emprego fixo nem se o companheiro pedisse.
Pela pesquisa, ficou claro que o que mais atrai estas mulheres ao mundo empreendedor é a flexibilidade (83% delas afirmaram conseguem flexibilizar seu horário de trabalho). Mais do que a paixão pelo que faz ou a perspectiva de ganhar muito dinheiro, o que estas mulheres prezam é a liberdade e a possiblidade de conciliar trabalho, filhos e casa.
Quem é mulher, dona de casa, esposa e mãe sabe a dificuldade que é equilibrar todas estas funções. E, apesar do quadro estar mudando, elas ainda trabalham o dobro de horas que seus maridos nos afazeres domésticos.
A diferença é que, para as empreendedoras, parece possível levar os filhos ao médico no meio da tarde e compensar o trabalho durante a noite sem ter que encarar o olhar questionador do chefe ou dos colegas de trabalho.
De acordo com o estudo, aproximadamente 36% das empresárias casadas admitiram que deixariam o relacionamento conjugal caso o marido ou companheiro dissesse: “Ou eu ou o trabalho”. Quarenta por cento das entrevistadas disseram que precisariam pensar mais a respeito antes de tomar uma decisão - "não descartando a possibilidade de romper com o relacionamento" – e somente 25% das mulheres afirmaram que, com certeza, abririam mão do trabalho. “Ainda que haja uma defasagem histórica na remuneração das mulheres na comparação com homens, é perceptível uma maior inserção delas nas atividades fora do lar”, afirma economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, por meio de nota.
Segundo o SPC, quase a metade das entrevistadas (44%) não possui cônjuge, o que reforça o perfil de autonomia na vida pessoal e profissional entre as empreendedoras solteiras.
Quanto à participação no orçamento doméstico entre as casadas ou que vivem em união estável, 70% responderam que pagam todas as contas ou parte delas. Dessas, 14% se responsabilizam sozinhas pelo pagamento das despesas e 56% dividem os custos com o marido. “Esse alto percentual é um exemplo prático da participação marcante da mulher nas finanças da família, reforçando o perfil de autonomia e maior independência econômica por parte delas”, destaca a economista Luiza Rodrigues.
A pesquisa foi feita como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher. Foram entrevistadas 601 mulheres donas de algum empreendimento do ramo de serviços ou comércio nas 27 capitais brasileiras.
Muitas jornadas
O levantamento indica que, em 47% dos casos, as mulheres empreendedoras são as únicas responsáveis pelas tarefas do lar, como cuidar dos filhos, lavar, passar e cozinhar. O percentual é maior entre as empreendedoras cujo negócio é informal (58%).
Do total de empreendedoras, 55% disseram que não foi necessário abrir mão de nada para se tornarem empresárias e que, portanto, conseguem equilibrar o tempo entre a vida familiar e a profissional. "33% confessaram ter renunciado aos próprios momentos de lazer e 21% tiveram de abrir mão do tempo que dedicavam à família", diz a pesquisa.
Ao serem questionadas se abandonariam o negócio próprio em troca de um emprego fixo, com carteira assinada, trabalhando oito horas por dia e ganhando o mesmo que conseguem hoje, apenas 14% responderam que aceitariam a proposta contra 72% das que preferem continuar com o atual negócio.
Fontes: G1, Exame