Pesquisa | 65% dos moradores de favelas no Brasil são da classe média

segunda-feira, fevereiro 25, 2013 Jony Lan 0 Comments

A Classe média cresceu tanto que foi parar nas Favelas. Tem até teleférico em favela no Rio de Janeiro! Aposto que em pouco tempo alguma empresa vai conseguir explorar a comunicação dos "bondinhos" e não será surpresa encontrarmos um eles adesivado com campanhas de grandes marcas ou mesmo do Governo. 

A classe média já é maioria entre os moradores de favelas no Brasil. Pelos dados do Instituto Data Popular, a educação, o emprego com carteira assinada e o empreendedorismo foram decisivos para melhorar a vida nas comunidades.

São 12 milhões de brasileiros que vivem nas favelas. E o instituto usou como base informações do IBGE e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.

Olhando para o morro, parece tudo igual. Mas tem mudanças acontecendo no bolso dos moradores. Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra que aumentou a quantidade de moradores de favelas que estão chegando no que os pesquisadores classificam como classe média.

“Classe média são famílias que têm renda de R$ 2,6 mil. Isso quer dizer que a vida melhorou. Hoje, o consumo das favelas é de R$ 56 bilhões”, afirma.

De acordo com o instituto, em 2002, de cada 100 moradores de favelas, 32 estavam na classe média. Em 2013, o número subiu para 65 em cada 100. Agora, mais gente tem em casa computadores e máquina de lavar roupas, por exemplo.

A redução da pobreza extrema e as oportunidades que surgiram com a chegada das Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas do Rio ajudaram muita gente a melhorar de situação.

Há um ano e meio, Mariana decidiu abrir uma loja no Morro Dona Marta. Nasceu a Mariana Modas, que não deu certo. Nos dois primeiros meses ela até que vendeu bastante, mas as pessoas não pagavam em dia. Então, ela percebeu que tinha muito turista circulando e a Mariana Modas deu lugar à Mariana Arte e Souvenirs. Resultado? O artesanato do morro mudou a vida dela. Quadrinhos coloridos, telas com pinturas de imagens do Morro e de gente famosa que já esteve no local.

Antes de abrir a lojinha, era um salário mínimo para sustentar toda a família como operadora de telemarketing. Faltava dinheiro para comprar roupa, às vezes até para a comida. Agora até sobra um pouquinho, e o dinheiro extra vai para uma poupança.

A casa ganhou móveis, fogão e o próximo passo é comprar uma casa. Mariana reconhece a mudança no padrão de vida. Mas, para ela, melhorar de vida inclui mudanças que vão além do bolso. “Tem que melhorar. Tem muita vala, lixo, tem muito para melhorar o lugar aqui”, diz.

Celular passou de 26% para 89% nas favelas
O aumento de renda dessa parte da população também pode ser observado pela maior presença dos eletrodomésticos nos domicílios. De 2002 a 2013, o número de celulares passou de 26% para 89%; computadores com internet, de 1% para 31%; e máquina de lavar roupas, de 25% para 52%.

O estudo também aponta que a maior parte das compras realizadas pela população da favela é feita dentro das comunidades.

Em torno de 80% das recargas para o celular, serviços de salão de beleza e compras de alimentos em mercados e padarias são adquiridos dentro nas favelas. A exceção é a compra de eletrodomésticos: 60% delas são feitas em locais distantes da comunidade.

Escolaridade aumentou
A escolaridade também média também aumento: 35% dos habitantes passaram a ter ensino médio completo, ante 13% em 2002. O número de analfabetos caiu de 51% para 33%. No total, a média de estudos passou de quatro para seis anos.

O Amazonas, Pará e Amapá são os Estados com a maior porcentagem da população vivendo em favelas: mais de 10%. Mas em São Paulo e no Rio de Janeiro há o maior número absoluto de pessoas que habitam as comunidades.

A média de idade dos habitantes das favelas, de 30 anos, também tem crescido. Os jovens de até 14 anos eram 31% da população das comunidades em 2002. Em 2013, passaram para 26%. A população com idade entre 35 e 59 anos cresceu de 27% para 31% no mesmo período.

Acompanhe o infográfico abaixo


E aí, está pronto para "subir o morro" e começar a considerar esse segmento da população em suas ações de Marketing?

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
http://br.linkedin.com/in/jonylan

Fontes: UOL, G1, Exame

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