Estratégia de Marketing | Pizza Hut planeja ter 50% dos pedidos pela internet além de abrir mais restaurantes
Esse é um case que vai sendo construindo. O desempenho atual da Pizza Hut em São Paulo pouco lembra o difícil caminho que a marca americana encontrou para se fixar no país. É que Jorge Aguirre, diretor-geral da Pizza Hut na Grande São Paulo e masterfranqueado da marca, percebeu que dando um toque brasileiro à marca poderia deixar o sabor financeiro ainda mais gostoso.
Disposto a levar pizzas de todos os tamanhos e sabores para a mesa dos paulistanos, o executivo anuncia mais uma fase de expansão da rede no Estado, que terá neste ano mais seis unidades, somando 28 unidades.
Com a borda cheia, o executivo vai investir R$ 15 milhões em 2013, ano que espera encerrar com um faturamento de R$ 104 milhões. "Queremos manter a meta de crescer anualmente dois dígitos. Para isso investimos em reformas e expansão", destaca Aguirre com exclusividade ao Brasil Econômico.
As lojas que ainda mantém o padrão americano têm no cardápio pratos ao gosto do brasileiro.No menu, a pizza brasileira - receita mais vendida no país - disputa espaço com a americanizada Massa Pan.
O cardápio mais tropical, que inclui novos sabores de pizza e sobremesas desenvolvidas exclusivamente pela equipe em São Paulo, ajudou o executivo a atingir no ano passado um faturamento de R$ 85 milhões. Em 2012, Aguirre implantou quatro novos estabelecimentos - dois a menos do que o previsto.
"A meta foi afetada por questões de oportunidade imobiliária", justifica o diretor que investiu R$ 9 milhões no período - R$ 1 milhão a mais do que o previsto.
A necessidade de expansão da marca é um desejo de Aguirre, que enfrenta uma disputa diária com seis mil concorrentes. A expectativa do diretor é chegar em 2017 com 48 restaurantes sob o seu comando, além de ter interesse por outros Estados.
"É possível que nesses quatros anos a gente veja novas possibilidades", afirma. Entre as oportunidades estão Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, locais em que a rede ainda não está presente.
E a performance do executivo tem alavancado a marca no país. Atualmente os 22 estabelecimentos localizado na Grande São Paulo representam 28% no número de lojas no Brasil e são responsáveis por 35% do faturamento da marca no país, que somou R$ 228 milhões no ano passado.
O custo de abertura de um restaurante varia entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,8 milhão, enquanto a abertura de unidades delivery e em praça de alimentação demanda entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão.
Internet
Para expandir ainda mais seu faturamento, o executivo tem olhando com atenção para as oportunidades abertas pela Internet. "Hoje 30% do nosso total de vendas é via Internet e esperamos que esse número passe para 50% neste ano."
Atento aos números, Aguirre, que tem investido principalmente na expansão em shoppings, implantou o modelo chamado de "balcão para a viagem".
Nele, o cliente pode realizar o pedido e pagar por meio do aplicativo e em seguida retirar a pizza direto no balcão. "Estamos apostando nesse modelo, já que dos 30% de pedidos via Internet 25% são feitos por aplicativo para celular."
Mudança de cenário
A Pizza Hut no Brasil parece ter entrado no caminho certo ao entender o que o brasileiro deseja. É que quando a companhia chegou ao país, em 1989, controlada ainda pela PepsiCo, não agradou o consumidor com seu cardápio americano.
As mudanças tiveram início a partir de 1997, quando a Yum! Brandes, na época uma divisão da PepsiCo passou a administrar sozinha a operação da Pizza Hut, Taco Bell e KFC.
Mas se a Pizza Hut vem apresentando sucesso em São Paulo, sua prima o KFC não teve a mesma sorte. Focada no mercado carioca, a marca viu sua estreia no país se tornar um fracasso, principalmente em São Paulo. Como resultado a Yum! teve que fechar 15 lojas na cidade.
No meu ponto de vista, a KFC, focada na venda de frango frito pode ser um sucesso nos países latinos de língua espanhola, pois lá a base de comidas rápidas é frango e batata (Pollo e Papas). No Brasil, não se pode abrir uma empresa do nada sem "educar" os consumidores. Foi o mesmo que aconteceu com o Subway, quando entrou no país, sumiu rapidinho. Mas depois de anos de sanduíches feitos na hora por barraquinhas que ganharam muito com a ideia, voltar ao mercado em um formato menor de franquia (se antes era grande o investimento e não deu retorno, porque não pensar em algo menor que dê retorno, ou seja, minimizar os riscos) fez um grande sucesso. É o caso do Pizza Hut, lojas grandes de pizza ou portinhas que fazem delivery? Próximos capítulos...
Atualmente 19 estabelecimentos estão em funcionamento, sendo 13 localizados no Rio de Janeiro e seis em São Paulo.
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
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Fonte: brasileconômico