Varejo | Lojas Coppel tem expansão tímida no Brasil enquanto no México tem quase 900 lojas
Estratégia de expansão | algumas maneiras de creser é de forma orgânica, ou seja, abrindo suas próprias lojas e a outra é via aquisição, comprando outros concorrentes. Desde que chegou ao país, em 2010, varejista de eletroeletrônicos e vestuário abriu apenas oito unidades.
No México, a lojas Coppel é um gigante com quase 900 unidades, mas no Brasil a empresa segue com uma expansão tímida. Desde que desembarcou no país, no início de 2010, a varejista abriu apenas oito unidades, todas concentradas no Paraná.
Enquanto isso, algumas de suas principais concorrentes ampliaram significativamente a presença na região. O Magazine Luiza comprou o Baú da Felicidade, rede que somente no estado somava 85 lojas. A Máquina de Vendas levou os 179 pontos de venda da Salfer, espalhados por Paraná e Santa Catarina.
Sob o comando do paranaense Gilmar Godoy, a empresa segue por aqui o estilo que a consagrou no México: foco na classe popular, banco próprio e agentes de crédito que visitam os clientes em casa. Estes funcionários têm a missão de cobrar dos consumidores as parcelas atrasadas.
Na época de sua chegada ao Brasil, o jeito diferente de fazer os consumidores quitarem suas dívidas gerou desconfiança entre especialistas de varejo. O estilo seria agressivo demais e não agradaria os clientes brasileiros.
Mas Godoy seguiu a risca tudo que seu patrão, Enrique Coppel, herdeiro da varejista, ensinou-lhe nos dois anos em que foi obrigado a morar no México antes de implantar a operação no Brasil. A única diferença é que, por aqui, as cobranças são feitas mensalmente, enquanto que no México, as visitas são semanais.
O jeito continua causando polêmica, mas segue como parte da estratégia da companhia nestes seus quase três anos de operação no Brasil. "A minha indignação foi que mandaram um funcionário na minha casa e passaram informações da minha dívida para o meu pai", afirmou em 19 de julho uma cliente que se identificou como Ana Cláudia no site do Reclame Aqui.
Além de móveis e eletroeletrônicos, a varejista também comercializa roupas e calçados. No momento, Godoy está no México tomando mais "aulas" de varejo mexicano. "Nestas viagens ele fica envolvido em uma intensa rotina de palestras", afirma um executivo ligado ao grupo.
Conterrânea
Outra rede com perfil parecido é a também mexicana Elektra. Assim como acontece na Coppel, funcionários da varejista vão até a casa dos clientes para cobrar prestações em atraso. A estratégia também rendeu reclamações junto a órgãos de defesa do consumidor.
Quando desembarcou no Brasil, em 2008, a varejista prometeu investir US$ 25 milhões em 25 lojas que seriam abertas em 12 meses. Após quatro anos, a empresa não conseguiu manter o ritmo. Hoje, são 47 unidades no Nordeste, o que dá uma média anual de 11 lojas abertas.
"O varejo brasileiro apresentou uma intensa movimentação, de compras e fusões, nos últimos tempos. Não dá para uma empresa, principalmente multinacional, crescer lentamente", afirma Ribeiro.
No mundo, a empresa de propriedade do empresário Ricardo Salinas é formada por 3,1 mil unidades. O grupo também conta com banco Asteca para fazer o financiamento de suas vendas.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Brasileconômico