Tablets populares, abaixo de R$ 1 mil, puxam expansão do mercado
Mercado em expansão | para este ano, a previsão é que sejam comercializados 2,5 milhões de tablets no Brasil.
Hoje, 20 empresas vendem o equipamento no Brasil. Há um ano, eram apenas quatro marcas no mercado nacional.
Gastar quase R$ 2 mil na compra de um tablet não está entre as possibilidades da maior parte da população brasileira.
Atender os consumidores que não podem ou não desejam investir esse dinheiro em aparelhos como o iPad, da Apple, e o Galaxy, da Samsung, se tornou oportunidade de negócio para muitas empresas no Brasil.
Em geral, são companhias chinesas, como a ZTE, ou brasileiras, como a DL, cujos produtos custam abaixo dos R$ 1 mil nas grandes redes de varejo.
"Nosso objetivo é atender aos consumidores das classes C e D, muitas vezes esquecidos pelas empresas multinacionais", afirma Ricardo Malta, diretor Comercial e de Marketing da DL.
O movimento em torno dos tablets populares é algo relativamente novo. Há um ano, existiam quatro marcas de tablets no Brasil. Agora os consumidores nacionais tem, a sua disposição, 20 marcas no mercado.
"Apesar do grande número de opções, o mercado ainda está muito concentrado na mão de poucos players", diz Claudia Bindo, gerente de Negócios da GfK.
Segundo a empresa de pesquisas, 89% dos tablets vendidos no varejo brasileiro são das cinco principais marcas.
A GfK não informa quais são essas marcas, mas certamente as fabricantes de produtos mais baratos têm posição de destaque. Hoje, 40% das unidades vendidas no país custam menos de R$ 800. "E esse é um número que tem crescido", afirma Claudia.
Para este ano, a previsão é que sejam comercializados 2,5 milhões de tablets no Brasil, a maior parte deles com preço abaixo dos R$ 1 mil. As fabricantes acreditam que seja possível atingir índices ainda melhores.
"Achamos que o total de aparelhos vendidos pode chegar facilmente aos 5 milhões de unidades. Só nós pretendemos vender 1 milhão de tablets este ano", diz Malta, da DL.
No princípio, o mercado brasileiro de tablets mais baratos se popularizou por meio dos sites de compra coletivas e do comércio popular de eletrônicos, como a Rua Santa Ifigênia, em São Paulo.
"O sucesso que esses produtos estavam fazendo certamente chamou a atenção das grandes varejista, que agora incorporaram esses itens em seus portfólios", afirma Attila Belavary, analista da consultoria IDC.
Hoje, é comum encontrar esse tipo de produto em grandes redes, como Ricardo Eletro e Carrefour.
"O varejo tradicional é o nosso grande vendedor, seja em seus pontos de venda físicos, seja pela internet", afirma Reinaldo Paleari, gerente de Produtos da Multilaser.
Paleari acredita que a popularização dos tablets é um fenômeno parecido com o que ocorreu com os smartphones há alguns anos. "Vivemos a onda dos tablets, com eles se tornando cada vez mais necessários."
Ao gosto do freguês
Para atender demandas específicas dos públicos que buscam conquistar, essas fabricantes criaram algumas personalizações para os produtos.
Itens como entrada USB e até possibilidade de conexão via rede com fio não fazem parte das especificações dos tablets das grandes fabricantes, como Apple e Samsung, mas são comumente encontrados nas versões nacionais.
"Temos de atender as necessidades dos diferentes perfis e bolsos dos brasileiros", diz Malta, da DL.
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Brasileconômico