Black Dog reestrutura negócio para tornar marca conhecida
Lacunas no negócio | Black Dog espera faturar R$ 10 milhões neste ano. Para isso, a marca conta com novo logotipo e novo posicionamento, pontos fracos antes da sua expansão. E agora, será que vai?
Do logotipo ao plano de negócios, todas as etapas estão sendo repensadas. A expectativa da rede é que sejam inauguradas mais cinco lojas até o final do ano.
A barraquinha de cachorro quente virou negócio. Agora, ao completar 15 anos em operação, chegou a hora de o Black Dog ajeitar a casa.
A reorganização visa principalmente atrair novos consumidores, uma vez que a marca ainda é lembrada por adultos, mas para adolescentes o restaurante nem sempre é referência.
"A geração de 20 a 30 anos conhece a marca, mas tem adolescente que não reconhece o Black Dog como referência para cachorro quente", explica Kito Castanha, diretor de criação da Tre Comunicação, agência de gestão de marca e responsável pela reestruturação do Black Dog.
Do logotipo ao plano de negócios, todas as etapas estão sendo repensadas para a rede ganhar maior participação de mercado. "Vamos valorizar o cachorro no logotipo e as cores vão passar de azul e vermelho para preto e laranja", afirma Castanha, lembrando que as nove lojas da rede vão ser reformadas.
A decoração e o mobiliário serão alterados e práticas sustentáveis serão adotadas. A primeira loja já repaginada, que será inaugurada ainda neste mês, é a da Vila Formosa.
"O Black Dog é uma marca muito forte, que estava desorganizada em algumas áreas", pondera Castanha.
O plano de negócios prevê a remodelagem da estrutura de franquia e a expectativa é que sejam inauguradas mais cinco lojas até o final do ano.
Atualmente, são oito unidades em São Paulo e uma em salvador, das quais cinco são lojas próprias e quatro são franquias. As inaugurações acontecerão em São Paulo, com possibilidade de um estabelecimento no interior paulista.
Segundo Leandro Neves, diretor presidente do Black Dog, há estudo para expansão no Brasil inteiro, especialmente no Rio de Janeiro, onde o cachorro quente é mais popular.
Do lado comercial, a rede tem a vantagem de não ter um concorrente direto. "O Bob's e o Habib's até possuem cachorro quente no cardápio, mas ninguém vai a esses estabelecimentos para comer hot dog", argumenta Castanha.
História e números
Neves conta que a ideia de montar uma lanchonete especializada em cachorro quente, o Black Dog, surgiu em 1997, dois anos depois da sua decisão de viver exclusivamente da venda de hot dogs em sua barraca.
A primeira loja veio em 2001 e a primeira franquia em 2005. Hoje, a rede que faturou R$ 8,9 milhões no ano passado espera que os ganhos somem R$ 10 milhões em 2012, a partir de um investimento de R$ 600 mil.
Em Belo Horizonte, a loja abriu e em menos de 1 ano foi fechada. No meu ponto de vista faltou um estudo de localização. Não havia estacionamento, já que a loja estava em um avenida movimentada, mas com poucos pedestres. Foi um dos diversos erros que percebi. O outro, não houve comunicação do que era o negócio. Quem não conhecia, nem imaginava o que era. E alimentação que estreia em uma capital como Belo Horizonte precisa ter uma comunicação à altura. A concorrência, como o Subway entraram no mesmo período, com marketing pesado e localizações pensadas.
Assim, antes de abrir novas franquias, a rede deveria pensar melhor suas estratégias de marketing e a pesquisa básica de mercado.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Brasileconômico