Fusões e aquisições em mineração devem bater recorde em 2012
Em 2011, fusões e aquisições de carvão e cobre avançaram 26% e 23%, respectivamente.
Mesmo com as oscilações de 2011, o segmento de fusões e aquisições no setor de minérios reportou bons números.
No período, foram anunciadas 2.605 operações, atingindo o segundo melhor resultado da história deste nicho, de acordo com a Pesquisa Global de Mineração, realizada pela PwC.
As transações movimentaram US$ 149 bilhões, o que corresponde a uma elevação de 33% se comparado ao registrado em 2010.
Além disso, o montante ficou apenas dois pontos percentuais abaixo do registrado em 2006, ano de maior movimento para o setor.
Em 2011, apenas 107 operações de fusões e aquisições foram canceladas, o menor volume desde 2004.
Compradores dos Estados Unidos, Austrália e Canadá realizaram as operações de maior valor, representando juntas 53% dos valores anuais de aquisições.
Em termos de volume, esses países também lideraram, com 57%, enquanto os mercados emergentes representaram apenas 17% das aquisições no setor no ano passado.
Entre os países que compõem o Bric, o Brasil foi o que menos realizou fusões e aquisições, com 20 transações. A China lidera, com 205 operações, seguida da Rússia, 90, e da Índia, com 26.
"Uma faceta interessante na área de fusões e aquisições envolvendo os mercados emergentes é que muitos compradores preferiram projetos localizados em seus próprios mercados. No Brasil, esse índice foi de 75%, enquanto no México alcançou 100%", destaca Ronaldo Valiño, sócio da PwC Brasil.
Entre os mercados desenvolvidos, esta tendência também é observada, visto que 72% das aquisições envolveram projetos em outras regiões desenvolvidas.
"A aglomeração geográfica é um sinal de que as empresas não estão sendo agressivas o bastante, especialmente se considerar que as reservas minerais estão concentradas, principalmente, nos países em desenvolvimento - 73% das reservas de ouro, por exemplo, localizam-se nestes mercados. Isso levanta a questão: qual é o custo de longo prazo de não fazer negócios nas regiões?", questiona o especialista.
Entre os metais, ouro, carvão, cobre, minério de ferro e nióbio corresponderam a 81% do valor agregado nas operações em 2011, com destaque para carvão e cobre, com ações de 26% e 23%, respectivamente.
As operações que envolvem o ouro registraram recuo, representou 13%, enquanto em 2010 a participação era de 31%.
O volume de ouro, cobre, ferro, prata e urânio nas transações representaram 57% de toda a atividade.
De acordo com Valiño, as transações do setor de mineração devem registrar números recordes em 2012.
"Com a demanda para novos projetos, aumento dos custos de produção e declínio das reservas mundiais, as mineradoras buscarão escala e otimização de custos, acirrando o mercado de aquisições", finaliza.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Brasileconômico