Fator Governo | Ministério Público quer saber origem da carne dos supermercados

sexta-feira, março 16, 2012 Jony Lan 0 Comments

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 No início da semana, o Ministério Público Federal (MP)encaminhou um ofício às 20 maiores redes do País, questionando onde as empresas adquirem a carne e o que elas estão fazendo para impedir, por exemplo, a compra de boi criado em área de desmatamento. Os supermercadistas terão 10 dias para dar essas explicações.

A ofensiva partiu de uma atuação conjunta das Procuradorias da República de três Estados - Mato Grosso, Pará e Acre - e representa um segundo estágio na relação com fazendeiros, frigoríficos e supermercados.

Nos últimos anos, eles assinaram compromissos públicos, ou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), prometendo tornar mais sustentável a cadeia produtiva da carne. Agora, o MP quer saber se as promessas saíram do papel. "Basicamente queremos saber o estágio das medidas prometidas desde 2009", afirmou Daniel Cesar Azeredo Avelino, procurador da República no Pará. "Vamos esperar os supermercados se comunicarem e analisar caso a caso."

O documento da procuradoria pede que os supermercados encaminhem "uma lista atualizada" de fornecedores. O texto também ressalta que eventuais problemas envolvendo fornecedores "traria consigo corresponsabilidade pelo dano ambiental" aos supermercados, que compraram a carne ilegal.

Os procuradores federais esperam fechar uma ponta da história com o ultimato: para onde vai a carne da pecuária, que continua sendo uma das principais causas de desmatamento na Amazônia? As grandes redes varejistas nacionais e os exportadores de carne negam a compra dos chamados bois piratas, mas os animais continuam pastando sobre a floresta derrubada.

"Em 2009, quando o Ministério Público forçou a baixa da maré, vimos que estavam todos nus. Desde então, muita gente apostou que tudo ia continuar do mesmo jeito. O problema está nos pequenos e médios", afirmou Nilo D'Ávila, coordenador de políticas públicas do Greenpeace, a organização não governamental ambiental, que atuou em parceria com o MP no assunto. "Os grandes frigoríficos estão se movendo, devagar, mas se movendo. Agora vamos ver se fizeram o que estavam prometendo."

De acordo com Paulo Pompílio, diretor de Relações Institucionais do Grupo Pão de Açúcar, a sustentabilidade da carne vendida ao consumidor "é um assunto em pauta e os interlocutores estão engajados em vender carne legal". A marca Taeq, por exemplo, já monitora "da inseminação ao abate". "É um trabalho conjunto, não é só do varejo", afirmou. "Estamos discutindo a fundo. Para o grande varejo essa carne não está indo."

A lista inclui o Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, além da sergipana G. Barbosa, a gaúcha Zaffari e a mineira DMA Distribuidora. O MP enviou a solicitação dos fornecedores também para o Prezunic e o Zona Sul, do Rio de Janeiro, e os supermercados Sonda, Coop Cooperativa de Consumo e Savenagnago, de São Paulo.

O MP pede ainda explicações sobre o compromisso da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de não comprar carne de fazendeiros que não respeitam a legislação. Procurada, a Abras não respondeu.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fontes: SM, O Estado de S. Paulo

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