Café | Cenário em 2011 e previsões para 2012
Por Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC
Apesar dos sinais de desaceleração da economia, o consumo interno de café continuou crescendo, embora um pouco abaixo das nossas expectativas: em torno de 4%, quando esperávamos manter a taxa de 5% ao ano.
Nossas estatísticas ainda não estão concluídas, mas o setor deve fechar 2011 com um volume de 19,9 milhões de sacas industrializadas, pouco inferior à projeção anterior, de 20,27 milhões de sacas, mas ainda assim superior ao resultado de 2010, quando foram processadas 19,13 milhões de sacas.
O mercado aquecido, mesmo nessa conjuntura, é resultado tanto das inovações trazidas pelas indústrias para consumo de café em casa e fora do lar, quanto pelo aumento do poder aquisitivo da Classe C.
Importante lembrar que o café é a segunda bebida com maior penetração na população acima dos 15 anos, atrás apenas da água e à frente dos refrigerantes. Em 2010, em pesquisa realizada pela ABIC, essa penetração foi confirmada por 95% dos entrevistados, que afirmaram ter o café entre as bebidas habituais e ter consumido a bebida no dia anterior e no dia da entrevista.
O mercado de café está passando por um momento de grandes inovações, a ponto do consumo fora do lar ter crescido expressivos 307% em apenas oito anos. Saltou de 14%, em 2003, para 57%, em 2010. Essa demanda é resultado principalmente da melhoria da qualidade do produto e da expansão das cafeterias e casas que oferecem produtos gourmet, hoje instaladas em praticamente todas as grandes cidades.
Esses pontos de venda e consumo de café são fundamentais na promoção dos produtos de qualidade e da cultura do café, já que na maioria delas o atendimento é feito por baristas, especialistas no preparo da bebida, que têm contato direto com o consumidor final e podem explicar sobre origem do grão e blend.
Já nos lares, onde o café filtrado ainda impera, as novidades lançadas pelas indústrias e que colaboraram com o desempenho do setor são as doses porcionadas, para preparo e consumo imediato da bebida. É o nicho das cápsulas e saches, em serviço combinado ou não com máquinas.
Pela praticidade, facilidade de preparo e economia (evita o desperdício, pois o preparo é de doses únicas), esse nicho vem crescendo a olhos vistos, e começa a ser adotado também por consultórios, academias, lojas e livrarias.
Para 2012, mantemos a expectativa cautelosa de o mercado crescer entre 3,5% e 4%. Daremos impulso aos programas e certificações conduzidos pela entidade, como o Selo de Pureza e o PQC – Programa de Qualidade do Café, que têm garantido o crescimento contínuo do nosso setor, premiando os consumidores com cafés de qualidade.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Revista Embalagem & Tecnologia