Estratégias | Fabricantes de esmaltes buscam inovações para vender mais
Depois de dois anos de muitas vendas, a demanda por esmaltes contrariou as expectativas da indústria em 2011 e praticamente estagnou. Segundo dados da Nielsen, de janeiro a agosto, as vendas cresceram 1,5% em volume, mas comparado a 2010 o avanço foi de 22,6%.
Só no primeiro semestre de 2011, as empresas perceberam um mercado desafiador para o segmento. Na divulgação dos resultados do segundo trimestre, Cláudio Bergamo, pesidente da Hypermercas, disse que era "quase missão impossível" manter a participação de mercado da marca líder, Risqué, diante do aumento da concorrência.
A Mundial, dona da Impala, afirmou, no relatório do mesmo período, que a venda sofreu impacto das medidas governamentais, naquele momento de contenção da demanda.
Ainda de acordo com a Nielsen, os concorrentes menores não ameaçam a participação das três líderes em 2011. Mas segundo números da consultoria, fornecidos pelas empresas, o que houve foi uma movimentação de clientes entre as líderes. A dianteira foi mantida por Risqué, mas sua participação recuou de 35,9% no último bimestre de 2010, para 34% em 2011. Com Colorama, a L'Oréal cortou 3,3 pontos percentuais de diferença em relação à líder e ficou com 29,3%. A Impala, ficou com 14,1%.
A dona de Risqué também quer mudar as armas, já que lançar coleções e cores variadas virou regra. "O nome do jogo é tecnologia", diz Gabriela. A marca lançou, em janeiro, a linha Technology, com bases e óleos reparadores voltados para o tratamento das unhas. A marca aposta ainda nos chamados esmaltes 3D, que mudam de cor de acordo com o ângulo, e em novas técnicas de pintura, o que envolve um trabalho mais direto com manicures.
O avanço das tecnologias agregou valor ao mercado em 2011 e ajudou as fabricantes a repassar os aumentos de custos. O mercado de esmaltes cresceu 13,5% em valor, de janeiro a agosto, ante o mesmo período de 2010. Somou no período R$ 328,8 milhões, pagos por 137,8 milhões de vidrinhos. O avanço foi expressivo, mas também abaixo dos 37% do mesmo período do ano anterior.
Já a Colorama pretende intensificar o ritmo de lançamentos neste ano e quer ultrapassar as quatro coleções e duas edições especiais do ano passado, de olho na dianteira desse mercado, perdida em 2002.
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Valor Econômico