Estratégia de crescimento | eficiência da Coca-Cola vai reerguer Neugebauer, diz Vonpar
Competitividade não vem sem investimentos. Ricardo Vontobel, que vai inaugurar uma fábrica para a Neugebauer em 2013.
Primeira fabricante de chocolates do país passa pelo seu quinto controlador, a Vonpar, e traça plano para dobrar vendas.
De férias em sua casa em Orlando, na Flórida, o gaúcho Ricardo Vontobel, membro do conselho do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e presidente da Vonpar, quarta maior fabricante do Sistema Coca-Cola no Brasil, com participação de 10% do volume total de vendas no país e faturamento de R$ 2 bilhões em 2011, pergunta como está a temperatura em São Paulo.
Ao ouvir que está fervilhante, em torno de 35 graus, ele imediatamente revela a veia empreendedora e solta um "é bom para vender refrigerante, mas ruim para vender chocolate."
Ganhar dinheiro vendendo chocolates transformou-se em ambição para Vontobel desde que ele se tornou o quinto controlador da Neugebauer, marca gaúcha criada em 1891 e que já pertenceu ao Grupo Fenícia, à Parmalat e à Florestal.
Ter muitos proprietários fez mal à empresa, que um dia já foi nacionalmente grande e hoje é um negócio pequeno, restrito ao Rio Grande do Sul e atrás de gigantes como Nestlé, Kraft e Garoto.
O mercado de chocolates evoluiu no Brasil, mas a Neugebauer ficou parada no tempo, com a mesma fábrica de Porto Alegre, processos ineficientes e capacidade produtiva limitada.
Nas mãos de Vontobel desde o final de 2009, a Neugebauer faturou R$ 100 milhões no ano passado. Nos próximos cinco anos, a meta é duplicar o faturamento da marca.
"Existe um problema de ponto de vista industrial na empresa. Não há muito a se fazer no curto prazo para darmos um grande salto. Primeiro temos que criar uma infraestrutura produtiva. Não adianta seguir para o Brasil afora se não existe capacidade competitiva e variedade", diz.
A partir de junho de 2013, quando Arroio do Meio (RS) inaugurar a nova fábrica da Neugebauer, aposentando a atual de Porto Alegre, Vontobel pretende ganhar em capacidade e também em eficiência, uma das fórmulas do sucesso no negócio de refrigerantes.
A planta é fruto de um investimento de R$ 118 milhões e promete trazer mais competitividade para o negócio.
Atualmente, 45% do volume de chocolates comercializados no país são de bombons. A margem unitária é mais baixa. "Aí só a eficiência produtiva, de logística, comercialização e marketing nos ajudarão a crescer no sul e expandir a marca regionalmente", explica.
Vontobel tem consciência do tamanho e dos investimentos promovidos pela Kraft e Nestlé, mas acredita que há oportunidade para a Neugebauer despontar.
"Nós vamos crescer no vácuo deixado por elas e futuramente conquistar uma posição relevante no país", promete.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: brasileconômico