Estratégias de Marketing 'fail' by Conar | Skol perde caso e caso do McDonald's é arquivado
Como o Conar pode interferir na sua estratégia de Marketing? Uma única denúncia e voalá, investimento por água à baixo.
O Conar decidiu (08/09) manter a decisão de julho deste ano, quando julgou a campanha "Skol - Monstros do Pântano".
O conselho de ética do órgão determinou a troca de atores da peça publicitária, por se tratar de jovens com aparência de menores de idade.
O comercial, que mostrava três jovens bebendo cerveja e um suposto monstro atacando o trailer dos rapazes e roubando uma caixa da bebida, trazia atores maiores de idade, conforme comprovaram por documentação a AmBev e a F\Nazca, agência que criou o filme, recorrendo da decisão. A comprovação, no entanto, não foi suficiente.
Julgada novamente, a decisão pela recomendação da troca de atores foi mantida pelo Conar, que justificou afirmando que o código de autorregulamentação publicitária recomenda que os atores que aparecem em peças publicitárias tenham idade maior do que 25 anos e também aparentem ter essa faixa etária.
No caso do comercial da Skol, os conselheiros do órgão entenderam que os atores aparentavam ser menores de idade.
McDonald's
Caso McLanche Feliz Rio havia sido reaberto em julho deste ano, após pressão do Instituto Alana.
Após reabrir uma representação contra a campanha McLanche Feliz Rio, do McDonald's, o Conar decidiu hoje, por unanimidade, arquivar o caso.
Aberto inicialmente em abril deste ano após uma denúncia feita ao órgão pelo Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, o processo em questão questionava a divulgação de uma promoção do McDonald's exibida durante os trailers do filme Rio.
A propaganda anunciava que na compra de um combo do McLanche Feliz, a criança levava de brinde colecionável de um dos personagens do filme.
Para o Instituto Alana, tratava-se de uma ação abusiva segundo o Código de Defesa do Consumidor, já que crianças de diversas idades foram impactadas pela campanha e não havia clara delimitação entre as falas dos personagens do filme e os fins comerciais do anúncio.
Após ser julgado em primeira instância em junho deste ano, o caso teve arquivamento por unanimidade, fato que provocou a ira do Instituto Alana não só pela decisão contrária, mas pelo tratamento dado ao Instituto pelo Órgão, entendido como desrespeitoso.
Na época, o texto que apresentava a decisão, assinado por Enio Basilio Rodrigues e ratificado por todos os conselheiros presentes, dizia que o Alana era uma bruxa que "odeia criancinhas" e que, no Brasil, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, "McDonald's não é vício, é aspiração"
Pela amplitude alcançada pelo caso e, segundo o Conar, por se tratar de um assunto que envolve crianças e adolescentes, "mensagem que requer cuidados redobrados", o processo foi reaberto em julho.
O julgamento de hoje, em que se decidiu por "arquivamento por unanimidade", encerra o caso.
De acordo com o Conar, a peça exibida pelo McDonald's antes do filme era claramente inserida como uma propaganda, motivo pelo qual entendeu-se que não havia possibilidade de haver confusão entre propaganda e filme.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Exame