Tendência? | Classes D e E compram menos produtos básicos

quinta-feira, maio 26, 2011 Jony Lan 0 Comments

Quem monitora o ambiente pode aproveitar as lacunas e as tendências do comportamento de compra dos clientes e sair na frente da concorrência.

As classes D e E (formadas por famílias com renda mensal de até quatro salários mínimos) diminuíram em 2% a quantidade de itens básicos comprados nos supermercados, entre os meses de janeiro a março deste ano, em relação ao mesmo período de 2010. A informação consta em estudo realizado pela consultoria Kantar Worldpanel na casa de 8,2 mil brasileiros, nas últimas semanas.

Para Fátima Merlin, diretora da Kantar Woldpanel no Brasil, é preciso ficar de olho para ver se essa perda se consolida como tendência, já que desde o ano de 2005 não se via uma redução no consumo dessa classe de renda no Brasil. "São mercadorias de compra frequente nos segmentos de alimentos, bebidas, higiene, limpeza e cuidados pessoais", diz.

Na classe C, que reúne a grande massa de novos consumidores, foi verificada estabilidade no volume comprado de itens básicos. No ano passado, as taxas cresciam entre 10% a 12% na média trimestral. Nas camadas A e B houve elevação de 3% no volume comprado dessas mercadorias, de janeiro a março. Essa desaceleração, no entanto, não se repetiu na mesma velocidade nas categorias de itens não básicos.

Supérfluos
O consumo de mercadorias consideradas supérfluas cresceu 10% nas classes D e E, de janeiro a março, e no caso da classe C, a alta foi de 13%. São aumentos em cima de taxas já altas. No acumulado do ano passado, a classe D já havia ampliado a demanda por itens não básicos em 19% e na C, a alta foi 13%. É algo que, na avaliação dos consultores, tem explicação em alguns novos comportamentos surgidos após a recente expansão da classe média brasileira.

Se o cenário econômico dá sinais de leve piora, o consumidor não tende mais a cortar, necessariamente, o que é supérfluo. "Essa é uma análise simplista demais num mercado cheio de nuances", afirma Arlete Soares Corrêa, gerente de análises especiais da Nielsen. "Há determinados ganhos, certas conquistas que não se quer abrir mão. Então se o dinheiro fica mais curto, você reorganiza a cesta, mas tenta manter a compra daquele produto que virou uma conquista para a família, pelo menos por algum tempo".

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Valor Econômico

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