Pergunta | A organização de um banco de respondentes voluntários é viável para as empresas?

sábado, abril 23, 2011 Jony Lan 0 Comments

Mais uma pergunta interessante. Aproveitem.

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Boa Tarde Jony!


Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo site MKT Mais.com, outro dia estava precisando de um material para um trabalho do curso de pesquisa de mercado pela FGV, e encontrei tudo do que eu precisava em seu site. Também vi a possibilidade de estar aprendendo muito com você através das respostas que você deu aos outros seguidores.


Bem minha pergunta, vejo que o mercado atual esta necessitando muito de informações confiaveis para compor as pesquisas de mercado, visto que, da forma que as coisas seguem a pesquisa on-line esta ganahndo força, por conta das vantagens atribuidas a sua forma.


O que você pensa sobre a organização de um banco de respondentes voluntários, você acredita que isso seria interessante para as empresas?


Qual a dificuldade em realizar um trabalho desses?


Qual precauções que deveria de ser tomadas?


Você acredita ser uma projeto viavel?


Agradeço sua atenção antecipadamente


Att.


Coach Marcos Demarchi

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Caro Marcos,

Obrigado pela mensagem e pergunta. Fico feliz em saber que conseguiu fazer seu trabalho da FGV atrav[es do site e sem ter que me perguntar. A propósito, aos que gostam de me perguntar para auxiliá-los em trabalhos de faculdade, informo que nem sempre acho adequado que as perguntas sejam quase que buscando respostas às perguntas do trabalho. Nesses casos, sugiro sempre que procure esclarecer as dúvidas com seu professor. Apesar de também ser professor, não me sinto à vontade quando percebe-se que o aluno está deixando de fazer algo primordial para o exercício do ensino-aprendizagem, a pesquisa às suas dúvidas.

Mas vamos lá Marcos, sobre sua pergunta, acho que ela é muito interessante. Ter disponível um monte de gente que quer responder à pesquisas parece algo bem atraente. Isso facilitaria a vida de empresas de pesquisas e até o IBOPE. Economizaria tempo e recursos financeiros, que são duas variáveis de viabilidade em pesquisas.

Como em todo lado forte, há algumas brechas a se pensar e que talvez inviabilize esse tipo de trabalho quando se pensa em pesquisa:
1 - Se você tem um banco de dados de respondentes, é de se esperar que essas pessoas se acostumem a responder pesquisas o que pode torná-las em respondentes profissionais e não tem potenciais consumidores, por exemplo.
2 - A amostragem desse banco de dados pode não ser suficiente para atender à uma abrangência de localização dos mesmos. Se a pesquisa é no Brasil e a base de dados só tem pessoas do sul e sudeste, torna-se um limitador.
3 - Pessoas em uma base de dados podem ser escolhidas ou estimuladas a fazerem parte da base de dados de forma induzida, o que cria um efeito motivador que pode tendenciar as respostas dos pesquisados.
4 - Uma base de dados enorme, por mais que seja grande, se você fizer diversas pesquisas com elas, vai chegar ao ponto de que já sabe quais são as tendências desse grupo de pesquisa, mesmo que estratifique, podem chegar a respostas recorrentes, o que não agradaria às empresas.
5 - Empresas gostam de fazer pesquisas, mas não gostam de gastar com elas. Colocar um "corpo" voluntário de pesquisados, implica em um terceiro que terá o controle desses respondentes, o que ameaça a confiabilidade da pesquisa, além de poder tornar disponível dados para a concorrência.
6 - As grandes empresas já possuem formas de fazerem suas próprias pesquisas. Normalmente utilizam as próprias pessoas que são suas consumidoras ou que se identificam com sua marca, produtos, site, etc. Assim, as próprias empresas se tornam concorrentes de um sistema como esse. Isso já é visto claramente com a pesquisa indireta do comportamento com que as redes sociais se relacionam com a empresa, sua marca e seus produtos. Veja o exemplo da Arezzo. Por mais que ela possa ter feito uma pesquisa preliminar, as redes sociais "derrubaram" sua coleção que levava peles de animais.

Enfim, são alguns dos motivos que podem ir contra à corrente de um sistema desses. O problema maior está na questão voluntária. Não sei se uma pessoa ficaria disposta a gastar 1 hora, por exemplo, do seu dia respondendo a algumas pesquisas sem nada em troca. Felizmente ou infelizmente somos provas de que não existe "almoço grátis".

Mas fica a pergunta, será que as empresas fazem uso recorrente das pesquisas ou são reféns de relatórios de grandes empresas de pesquisas?

Abs,

Jony Lan 
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

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