Comportamento | Pesquisa descobre por que as primeiras impressões são tão persistentes
Oito segundo é o tempo em que uma pessoa leva para criar a percepção da primeira impressão de outra.
Esse é o tempo da Uma pesquisa feita por psicólogos americanos, canadenses e belgas e publicada na revista científica Journal of Experimental Psychology: General mostra que há mais do que uma verdade literal na frase "Você nunca terá uma segunda chance para causar uma boa primeira impressão".
As descobertas sugerem que novas experiências que contradizem uma primeira impressão se tornam atreladas ao contexto em que foram produzidas. Como resultado, as novas experiências influenciam as reações das pessoas só nesse contexto particular, ao passo que as primeiras impressões ainda dominam outros contextos.
"Imagine que você tem um novo colega de trabalho e sua impressão dessa pessoa não é muito favorável. Poucas semanas depois, você encontra esse colega em uma festa e percebe que ele é realmente um cara muito legal. Embora você saiba que sua primeira impressão estava errada, sua resposta será influenciada por essa nova experiência apenas em contextos que semelhantes aos da festa. Já sua primeira opinião continuará dominante em todos os outros contextos", explica o autor Bertram Gawronski, da Cátedra de Pesquisa do Canadá, na Universidade do Oeste de Ontário.
De acordo com Gawronski - que teve a colaboração de Robert Rydell, Bram Vervliet e Jan De Houwer -, nosso cérebro armazena experiências "violadas" como exceções para regras, de forma que a regra é considerada válida, exceto para o contexto específico em que foi transgredida.
Para analisar a persistência das primeiras impressões, Gawronski e seus colaboradores mostraram aos participantes do estudo uma informação positiva ou negativa sobre uma pessoa desconhecida em uma tela de computador. Mais tarde, os voluntários receberam novos dados sobre o mesmo indivíduo, que não condiziam com os iniciais. Para estudar a influência dos contextos, os pesquisadores sutilmente mudaram a cor de fundo da tela, enquanto as pessoas formavam uma impressão de seus "alvos".
Quando os cientistas mediram as reações espontâneas dos participantes sobre uma imagem do indivíduo em questão, encontraram novas informações que os influenciaram quando o "alvo" foi apresentado em um contexto diferente do primeiro. Por outro lado, as reações continuavam dominadas pela primeira informação mesmo com o "alvo" apresentado em outros contextos.
Embora esses resultados apoiem o senso comum de que as primeiras impressões são notoriamente persistentes, Gawronski observa que às vezes isso pode ser mudado. "O que é necessário é que a primeira impressão seja questionada em contextos diferentes. Nesse caso, novas experiências se tornam descontextualizadas, e a primeira impressão lentamente vai perdendo seu poder. Enquanto uma primeira impressão só for contestada dentro do mesmo contexto, você pode fazer o que quiser, mas a primeira impressão será dominante independentemente de quantas vezes for contrariada por novas experiências", destaca Gawronski.
De acordo com ele, a pesquisa também tem implicações importantes para o tratamento de distúrbios clínicos. "Se alguém com reações de fobia a aranhas procurar ajuda de um psicólogo, a terapia terá muito mais sucesso se ocorrer em vários contextos e não apenas no consultório", diz.
Imaginem como é a primeira impressão para o cliente que recebe o atendimento da sua empresa? Eu mesmo já tentei falar recentemente em uma empresa que só me atendia se eu quisesse comprar ou se já fosse cadastrado por ter comprado. São esses os riscos que as empresas contabilizam todos os dias. A conta negativa das primeiras impressões das pessoas é igual ao da conta positiva que ela enxerga. Quem pensa em curto prazo só vai ver as desvantagens competitivas no longo prazo. Quer um teste rápido? Uma TV LCD com o mesmo preço, uma da marca CCE e outra da Samsung, qual você compraria? Imaginem o que dizem da sua empresa. Podendo ajudar, é só perguntar!
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Estadão