Varejo | Brasil é o 2º no ranking mundial de furtos, funcionários são os maiores protagonistas
Quem trabalha com o segmento de auto-serviço, ou supermercadista ou melhor, varejista, sabe que a maior parte dos furtos é realizada por funcionários da própria rede.
Entre julho de 2009 e junho deste ano, os varejistas brasileiros tiveram prejuízo de R$ 3,9 bilhões com furtos e perdas decorrentes de erros administrativos. O valor representa 1,64% das vendas totais do período e, proporcionalmente, só é inferior ao da Índia (2,72%), revela o estudo Barômetro Global de Furtos no Varejo, feito por uma organização britânica especializada em vendas no varejo. Marrocos está empatado em segundo lugar com o Brasil.
Do total dos prejuízos registrados por lojistas brasileiros, 32,8% foram atribuídos a furtos por clientes, 43,4% a furtos realizados por funcionários e 7,6% a fraudes envolvendo fornecedores e vendedores. Outros 16,2% foram creditados a outros tipos de erros. O Brasil foi o único entre os 40 países pesquisados a ter registrado aumento nos prejuízos, ainda que o crescimento tenha sido de apenas 0,02 ponto percentual em relação a 2009.
Joshua Bamfield, diretor do Centro de Pesquisas do Varejo (órgão que conduziu o estudo), diz que não se pode creditar a piora do índice brasileiro somente à criminalidade. "Os lojistas têm trabalhado duro em identificar perdas, então parte desse aumento pode ser atribuído a uma maior precisão nos dados", diz. Participaram do levantamento no Brasil 37 redes varejistas de diversos setores, com 29.132 lojas espalhadas pelo País.
Ranking geral
Além do Brasil, participaram do estudo outros dois países latino-americanos: o México, 5º colocado da lista, com perdas causadas por furtos equivalentes a 1,61% das vendas, e a Argentina, em 11º lugar, com 1,48%.
No ranking geral, Índia, Brasil e Marrocos são seguidos por África do Sul, Rússia, México, Tailândia, Malásia e Turquia. No outro extremo da tabela, figuram entre os países com menores perdas causadas por furtos Taiwan (0,87%), Hong Kong (0,91%) e Áustria (0,97%).
Os Estados Unidos (10º lugar com perdas de 1,5%), o Canadá (12º com 1,42%) e a Austrália (15º com 1,32%) foram os países desenvolvidos que tiveram pior desempenho.
Melhora em relação a 2009
O estudo calcula em R$ 182 bilhões o total de perdas causadas por furtos em 2010 no mundo todo, o equivalente a 1,36% do valor das vendas. O índice é 5,6% menor do que o registrado em 2009, resultado creditado à melhor situação da economia mundial e ao aumento de 9,3% nos investimentos em segurança, que custaram R$ 45,4 bilhões aos cofres das lojas em 2010.
As maiores reduções em furtos ocorreram na Índia (15,1%) e nos países da América do Norte (6,9%, em média). Os setores que mais registraram ocorrências foram os de peças de carros e materiais de construção (1,81%); roupas e acessórios (1,72%); e cosméticos (1,7%).
Já os menos afetados foram os de bebidas alcoólicas (0,72%); calçados e artigos esportivos (0,76%); eletrônicos e computadores (0,87%). Em média, cada furto por cliente gerou prejuízo de R$ 330; já os furtos de funcionários custaram R$ 3,29 mil cada. Entre os itens mais furtados destacaram-se lâminas e cremes de barbear, smartphones, perfumes, bebidas, carne fresca, escovas de dente elétricas, café, DVDs, jogos eletrônicos, bolsas, tênis, óculos escuros e relógios.
Bom, vale lembrar que deve-se se somar à isso, as perdas por data de vencimento e falta de giro dos produtos. Alguém tem uma solução para as perdas por furtos?
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Globo