Gestão "TAG"| Modelo de liderança aumenta produtividade da Pepsico

quinta-feira, outubro 21, 2010 Jony Lan 0 Comments

O programa Times Autogerenciáveis, ou Tag, foi aplicado na fábrica de Itu, no interior de São Paulo, há dez anos. Os resultados já se multiplicam: 5% de acréscimo na capacidade produtiva, 100% de desperdício eliminado em uma das linhas de produção e 70% no aumento de profissionais promovidos.

O sistema elimina cargos intermediários entre gerentes e operadores. Assim, as equipes se tornam autogerenciáveis, ou seja, conseguem atuar mesmo sem a presença de um líder. “Capacitamos os funcionários da base para execução de processos antes realizados pelos supervisores”, explica Luís Fernando Bettanin, gerente de manufatura da Pepsico.

O treinamento é parte fundamental para que o programa dê bons resultados. “Dar autonomia a quem não está preparado é a chave para o fracasso”, afirma Bettanin. Pensando nisso, as turmas são preparadas, avaliadas e o feedback é constante. “O treinamento acontece em dezembro, e eles assumem as funções a partir de janeiro, ao longo de um ano.”

Durante esse período, as primeiras atribuições dizem respeito a recursos humanos, como organização das férias do grupo. Gradualmente, outras atividades são incluídas, como o controle da produção. No final do ano, os operadores são avaliados e promovidos a uma nova atividade, de acordo com a pontuação. “Com o tempo, teremos equipes cada vez mais qualificadas e completas”, garante Bettanin.

Alexandre Dutra, por exemplo, é operador nível 7, grau mais alto dentro de sua função. Tem 35 anos e começou no nível 3. Ele lembra que no início do programa teve um pouco de medo do que iria acontecer. “Eu trabalhava na Pepsico desde 1995, mas era muito jovem quando a Tag começou a ser aplicada, em 2001, e não percebia que o resultado seria a longo prazo”, conta.

Para garantir adesão dos funcionários ao programa, a Pepsico também garantiu que o quadro de vagas se mantivesse. “Aqueles que ocupavam cargos de supervisão foram realocados e não precisamos demitir, houve apenas uma rotatividade no comando”. Além disso, a remuneração aumenta a cada nível a fim de motivar o funcionário. “Um operador pode chegar a ter salário três vezes maior do que o valor que recebia quando foi contratado”, afirma Bettanin.

Com os incentivos, o operador Dutra voltou a estudar recentemente. Está no segundo ano de Administração e diz que já não se identifica com o modelo antigo de gestão. “Acho arcaico ter receio de falar com o superior. Hoje, me sinto reconhecido, motivado e tenho novas metas."

Resumo em dois pontos: disciplina pró-ativa = atividades com responsabilidades


Abs,


Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: Brasil Econômico

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