Investimento | Mercatto Investimentos compra 29,3% da Forno de Minas vende 29,3% e capitaliza o "pão de queijo"
Para aumentar o capital de giro, ganhar fôlego para continuar crescendo e colocar em prática o sonho da expansão, a melhor forma se resume a poucas opções:
1 - Pedir empréstimo à bancos. Nem sempre uma boa opção, já que o banco se torna o seu "sócio", mas é a mais comum utilizada pelas empresas.
2 - Aumentar as suas vendas. Em um cenário estável, em que a gestão está ok, aumentar as vendas é sempre a estratégia mais adotada pelas empresas.
3 - Reduzir os seus custos. Assim como na opção 2, o aumento dos lucros dependerá da otimização da gestão, seja na área de produção (aumento da produtividade), na área de compras (comprando melhor) e na área tributária (pagando menos tributos e aproveitando melhor os benefícios fiscais).
4 - Conseguindo um sócio investidor. Se você é referência no mercado, tem boa gestão e sabe para onde ir, fica fácil conseguir um sócio investidor.
Ou seja, aumente a sua rentabilidade, aumente o seu lucro, ou consiga mais dinheiro do mercado. As duas opções ao mesmo tempo sempre serão necessárias, talvez em momentos diferentes. Mas o mínimo que toda empresa deve fazer é aumentar a sua rentabilidade.
Foi no caminho de conseguir mais dinheiro de fora que a Forno de Minas se focou. Depois de vender a Forno de Minas para a americana General Mills, em 1998, por US$ 80 milhões, e de recomprar a fábrica em maio do ano passado, a família Mendonça acaba de vender 29,3% do capital da planta de Contagem, recém adquirida, para a Mercatto Investimentos, empresa especializada em gestão de investimentos. O negócio foi fechado por meio do Fundo de Private Equity Mercatto Alimentos FMIEE. A operação permitirá à empresa fôlego para investir no lançamento das novas linhas de produtos congelados para o varejo e food service (linha de alimentos para empresas). O valor do negócio não foi revelado. A família permanece à frente do negócio.
Helder Couto Mendonça, diretor-presidente da Forno de Minas, explica que depois que a fábrica foi retomada, o planejamento estratégico para a recuperação do mercado perdido quando a produção estava nas mãos da General Mills previa investimentos de R$ 25 milhões. "Era um planejamento muito agressivo que visava lançar novos produtos e relançar a Frescarini. Achamos melhor encontrar um sócio do que apelar para o mercado para fazer frente a esses investimentos." Segundo Paulo Henrique Todaro, sócio da Mercatto, o negócio faz parte da estratégia da empresa de investir em fábricas de alimentos e em outros setores promissores, com sólidos fundamentos, produtos premium e uma equipe de gestão com larga experiência e histórico de sucesso.
Segundo Helder, a Forno de Minas já estava conduzindo os investimentos nas várias linhas de novos produtos. "Compramos linhas de produção para torta salgada e doce. Também vamos fabricar empanadas e já estamos produzindo pão de batata e folhados." O empresário afirma que há outros produtos em estudo. "Vender uma parte da empresa foi uma forma mais conservadora de fazer esses investimentos. Tem momentos na vida que a gente preza a tranquilidade", justifica.
A unidade industrial de lácteos, que produz derivados do leite sob as marcas Leiteria de Minas e Gran Condessa, é um ativo estratégico para a expansão da companhia. Além de sua própria linha de laticínios e da prestação de serviços a terceiros, a fábrica garante à Forno de Minas acesso à matéria-prima de qualidade. Quando foi vendida, em 1999, a fábrica da Forno de Minas produzia 1,6 milhão de toneladas mensais de pão de queijo. Hoje, a produção é a metade disso: 800 mil toneladas ao mês. O objetivo é aumentar as vendas em 100% em 2010, chegando a R$ 100 milhões, metade do registrado quando foi vendida em 1999.
Dani lembra que a Forno de Minas se deteriorou enquanto esteve nas mãos da General Mills. "Em julho de 2006 a empresa tinha 47% do mercado. Dois anos depois, a participação tinha caído para 40%." De acordo com ele, a meta agora é concentrar a produção em poucos produtos de alta qualidade. "A família fica na operação e coloca alguém com ampla experiência financeira para ajudar a orientar o negócio. Fomos procurar no mercado os investidores que seriam ideais. O que temos agora é uma Forno de Minas muito capitalizada, com um sócio estratégico que tem muito apetite de crescimento."
O próximo passo da Forno de Minas agora é aumentar a sua eficiência financeira. Nenhum sócio investidor vai querer saber que a empresa pode economizar e otimizar as suas contas. Uma governança corporativa deve ser o caminho natural, mas poucas que a estabelecem focam na otimização de suas contas e acreditem, todas as empresas sempre conseguem maior eficiência, basta querer.
Abs,
Jony Lan
Consultor em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Estado de Minas