Tendência: Planos de saúde estão ficando impagáveis para consumidor
Com o aumento no valor das mensalidades dos planos de saúde acima da inflação, no futuro, o consumidor terá dificuldade para pagar a fatura mensal. A projeção é do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), mediante análise do plano de um consumidor de 30 anos que compromete hoje 6,02% da renda de R$ 3.000. Em 2040, de acordo com o Idec, o plano vai comprometer 54,12% da renda mensal.
As empresas de planos de saúde confirmam que o preço dos serviços está caro e, por isso, estudam formas de reduzir seus custos operacionais para poderem praticar preços melhores. Eles defendem a adoção de medidas como a cobrança de franquias para procedimentos mais caros e menos acionados. Há também soluções mais polêmicas e que ainda estão sendo discutidas no setor e pelo Congresso Nacional. Trata-se do uso da ortotanásia em pacientes terminais, ou seja, encerrar o tratamento e apenas amenizar o sofrimento do paciente, levando-o para uma morte natural, sem interferência da ciência.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, admitiu na última terça-feira, em entrevista a uma rede de televisão, a necessidade de fazer a racionalização dos custos na área da saúde. "Com a ortotanásia é possível não aplicar métodos que não dão qualidade de vida, mas que prolonguem a vida. Enfim, é uma discussão filosófica e econômica associada", disse o médico.
O diretor de provimento de saúde da Unimed BH, o médico Luiz Otávio Andrade, afirmou que, se nada for feito, é possível chegar à situação apontada pela pesquisa do Idec com a total incapacidade de pagamento de um plano de saúde. "É um problema social grave. É o cliente que tem que entender que precisa ter uma vida mais saudável", explicou.
Para Luiz Otávio, a discussão do preço do plano de saúde extrapola todas as barreiras de nacionalidade. "No bojo da questão, há a mudança do perfil etário e perfil epidemiológico. As pessoas vivem mais e, pela vida moderna, convivem com doenças crônicas".
O diretor da Unimed BH afirmou que o longo período de convivência de uma pessoa com uma doença crônica é que aumenta o custo do plano de saúde. "Fica mais caro tratar uma pessoa com sequelas do que prevenir o controle de doenças crônicas", informou.
Pesquisa. De acordo com Luiz Otávio, a ortotanásia não tem relação direta com o custo do plano de saúde. "São doenças crônicas que permanecem por longos anos sem controle, que levam a complicações graves com tratamento caríssimo", afirmou. Pesquisa da Unimed BH revela que 10% dos clientes respondem por 80% das despesas de uma operadora de plano de saúde de grande porte.
Abs,
Jony Lan
Mestre e Consultor em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Tempo