Marketing e design: embalagem bonita ajuda a vender mais

segunda-feira, agosto 23, 2010 Jony Lan 0 Comments

Empresários que acreditam em resultado e profissionalismo investem em uma boa apresentação para também reduzir seu custo final. Não basta ser bom. Para vender bem, um produto tem que também parecer bom. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 75% das empresas que investiram em design de embalagens conseguiram aumentar as vendas e 41% também conseguiram reduzir os custos de produção.

O Villa Café comprovou os dados na prática. Em junho, a empresa trocou as embalagens da linha de capuccino em sachês por outras mais leves, com cores mais claras. A embalagem com 30 sachês individuais, que antes era vendida fechada, agora ficou mais prática e permite que o consumidor leve o produto na unidade. "Antes, só vendia a caixa fechada e, por isso, muitas vezes o consumidor deixava de comprar", diz o diretor da empresa, Rafael Duarte.

Ele diz que as mudanças resultaram em vendas mais gordas. "O capuccino sachê, hoje, representa 10% das vendas. No início do ano, eram menos de 3%", compara. Duarte explica que outros fatores, como o clima mais frio desta época do ano, influenciaram no resultado, mas não têm dúvidas de que a mudança na embalagem teve um papel importante no aumento da procura pelo produto.

Tanto que o Villa Café já prepara a mudança nas embalagens de outras linhas, como a reserva especial da fazenda e o café expresso. Os investimentos devem chegar a R$ 80 mil. "Estamos dando ao café o tratamento que o chocolate já recebe há muito tempo: de um produto especial, para ser presenteado", diz.

Um produto com boa embalagem pode fisgar o consumidor no ponto de venda e até fazê-lo mudar a opção de compra, diz o professor de estratégia e comunicação metodológica da Faculdade de Tecnologia do Comércio (Fatec), Mauro Venício. "Ela é o elemento silencioso de comunicação com o cliente, é o que faz o produto passar desapercebido ou se destacar na gôndola. A embalagem tem que chamar o consumidor, fazer ‘psiu’ para ele", diz.

O especialista diz que a embalagem tem que revelar a identidade do produto. "A pessoa que entra no supermercado com pressa para comprar molho de tomate vai olhar para as embalagens vermelhas. Então, não adianta fazer uma embalagem azul, a menos que se gaste muito em propaganda para explicar isso", diz.

Ele destaca que a boa embalagem tem que ser adequada ao conteúdo, prática e bonita e não pode prometer mais do que o produto vai oferecer. "A embalagem tem que agregar valor ao produto, mas não pode superar o valor do produto", diz. Ele cita como exemplo o setor de alimentos, que, em geral, usa fotos ilustrativas que abrem o apetite, mas não correspondem ao produto vendido.

"A foto ilustrativa resolve o problema legal, mas não o da empatia, da confiança do consumidor", afirma. Ele completa que o consumidor frustrado tende a abandonar a marca. "A empresa só engana o cliente uma vez", diz.


Sebrae subsidia mudanças
Micro e pequenas empresas que queiram criar ou modernizar suas embalagens podem procurar o programa Via Design, parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), que subsidia até 50% do custo. O teto por empresa é de R$ 14 mil.

A marca de cosméticos Hidrolato participou da primeira edição do projeto, em 2008, e colheu resultados imediatos. “As vendas aumentaram mais que 100%. Antes, meu produto era mais um na prateleira, depois, passou a se destacar e eu conquistei um público que não conseguia atingir”, diz o animado proprietário, Ismael Leite.

Os xampus e condicionadores da marca estão à venda em sete cidades do interior de Minas Gerais e em Belo Horizonte, apenas em academias. Este último mercado foi conquistado após a mudança nas embalagens, que são flexíveis. “Ficou fácil de levar na bolsa”, diz Leite. Agora, ele se prepara para participar do projeto novamente, para a linha de hidratantes que pretende lançar em 2011.

A responsável pelo projeto no Sebrae Minas, Camila Joanita, diz que o objetivo é atender a, no mínimo, 205 micro e pequenas empresas. Ela reforça a importância de investir em uma boa apresentação para os produtos. “As empresas ganham em competitividade”, afirma.

As inscrições podem ser feitas no próprio Sebrae Minas e não há prazo-limite. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail projetosebrae@abre.org.br O programa é nacional e será executado enquanto houver recursos.

E aí, animado em mudar a "cara" dos seus produtos? Experimente, contrate um profissional.

Abs,


Jony Lan
Mestre e Consultor em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: O Tempo

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