Marketing e design: embalagem bonita ajuda a vender mais


Ele diz que as mudanças resultaram em vendas mais gordas. "O capuccino sachê, hoje, representa 10% das vendas. No início do ano, eram menos de 3%", compara. Duarte explica que outros fatores, como o clima mais frio desta época do ano, influenciaram no resultado, mas não têm dúvidas de que a mudança na embalagem teve um papel importante no aumento da procura pelo produto.
Tanto que o Villa Café já prepara a mudança nas embalagens de outras linhas, como a reserva especial da fazenda e o café expresso. Os investimentos devem chegar a R$ 80 mil. "Estamos dando ao café o tratamento que o chocolate já recebe há muito tempo: de um produto especial, para ser presenteado", diz.
Um produto com boa embalagem pode fisgar o consumidor no ponto de venda e até fazê-lo mudar a opção de compra, diz o professor de estratégia e comunicação metodológica da Faculdade de Tecnologia do Comércio (Fatec), Mauro Venício. "Ela é o elemento silencioso de comunicação com o cliente, é o que faz o produto passar desapercebido ou se destacar na gôndola. A embalagem tem que chamar o consumidor, fazer ‘psiu’ para ele", diz.
O especialista diz que a embalagem tem que revelar a identidade do produto. "A pessoa que entra no supermercado com pressa para comprar molho de tomate vai olhar para as embalagens vermelhas. Então, não adianta fazer uma embalagem azul, a menos que se gaste muito em propaganda para explicar isso", diz.
Ele destaca que a boa embalagem tem que ser adequada ao conteúdo, prática e bonita e não pode prometer mais do que o produto vai oferecer. "A embalagem tem que agregar valor ao produto, mas não pode superar o valor do produto", diz. Ele cita como exemplo o setor de alimentos, que, em geral, usa fotos ilustrativas que abrem o apetite, mas não correspondem ao produto vendido.
"A foto ilustrativa resolve o problema legal, mas não o da empatia, da confiança do consumidor", afirma. Ele completa que o consumidor frustrado tende a abandonar a marca. "A empresa só engana o cliente uma vez", diz.
Sebrae subsidia mudanças
Micro e pequenas empresas que queiram criar ou modernizar suas embalagens podem procurar o programa Via Design, parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), que subsidia até 50% do custo. O teto por empresa é de R$ 14 mil.
A marca de cosméticos Hidrolato participou da primeira edição do projeto, em 2008, e colheu resultados imediatos. “As vendas aumentaram mais que 100%. Antes, meu produto era mais um na prateleira, depois, passou a se destacar e eu conquistei um público que não conseguia atingir”, diz o animado proprietário, Ismael Leite.
Os xampus e condicionadores da marca estão à venda em sete cidades do interior de Minas Gerais e em Belo Horizonte, apenas em academias. Este último mercado foi conquistado após a mudança nas embalagens, que são flexíveis. “Ficou fácil de levar na bolsa”, diz Leite. Agora, ele se prepara para participar do projeto novamente, para a linha de hidratantes que pretende lançar em 2011.
A responsável pelo projeto no Sebrae Minas, Camila Joanita, diz que o objetivo é atender a, no mínimo, 205 micro e pequenas empresas. Ela reforça a importância de investir em uma boa apresentação para os produtos. “As empresas ganham em competitividade”, afirma.
As inscrições podem ser feitas no próprio Sebrae Minas e não há prazo-limite. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail projetosebrae@abre.org.br O programa é nacional e será executado enquanto houver recursos.
E aí, animado em mudar a "cara" dos seus produtos? Experimente, contrate um profissional.
Abs,
Jony Lan
Mestre e Consultor em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Tempo