Mercado: Brasil tem celular pré-pago mais caro da América Latina

A pesquisa utiliza metodologia desenvolvida pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nela, é considerada uma cesta de serviços que inclui 360 chamadas e 396 mensagens de texto (SMS) por ano, segmentados por duração, horário e destino. Na prática, é como se o usuário de celular pré-pago fizesse uma ligação e mandasse uma mensagem por dia - no Brasil, o custo mensal para isso é de US$ 45,01 (cerca de R$ 80, convertidos ao câmbio atual).
Os dados da pesquisa dizem respeito ao segundo trimestre do ano passado. Entre os 20 países pesquisados na América Latina e no Caribe, Honduras ocupa a segunda posição do ranking de maiores tarifas, com custo mensal de US$ 25,69. Uruguai (US$ 21,70), México (US$ 19,88), Argentina (US$ 19,43) e Venezuela (US$ 19,43) aparecem na sequência. O custo médio mensal entre os 20 países é de US$ 15.
Numa mostra ampliada de 62 países, que inclui membros da OCDE e países emergentes do sul asiático - como Filipinas e Malásia -, as tarifas de telefones pré-pagos no Brasil são também as mais altas. O brasileiro paga mais para utilizar o celular que consumidores dos Estados Unidos, da Espanha, do Reino Unido, de Portugal, da Bélgica e da Suíça, por exemplo. Pela metodologia utilizada, as tarifas incluem o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e quaisquer outros impostos aplicados sobre os serviços de telefonia pré-paga nos países.
Mas se o Brasil tem milhões de celulares e a tarifa é a mais cara do mundo, por que os brasileiros não param de comprar celulares? Simples, falta de opção. O Ministério das Comunicações não autorizou redes com tecnologia suficiente para espalhar banda larga de internet pelo Brasil, por exemplo. Se isso ocorrer, as operadores via VoIPs poderão se disseminar muito mais e fazer com que a ligação para celulares diminua mais ainda e surja uma nova era das comunicações, a mobilidade em 100% dos celulares via internet.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Estadão