Finalmente os passageiros terão status de consumidor brasileiro

As principais mudanças são a redução do prazo em que a companhia deve prestar assistência ao passageiro - antes as empresas aéreas tinham 4 horas, agora tem de resolver já na primeira hora de atraso -, a ampliação do direito à informação e a reacomodação imediata nos casos de voos cancelados, interrompidos e para passageiros preteridos de embarcar em voos com reserva confirmada.
Reembolso
A partir de agora, o reembolso ao passageiro poderá ser solicitado imediatamente nos casos de preterição, cancelamento do voo e quando houver estimativa de atraso superior a 4 horas. Pela norma antiga, a empresa aérea podia esperar até 4 horas para reacomodar o passageiro em outro voo, providenciar o reembolso do valor pago e facilitar a comunicação e a alimentação.
Pela nova norma, a empresa fará a devolução do valor de acordo com o meio de pagamento efetuado, mas se o bilhete já estiver quitado, o reembolso será imediato. No caso de passagem aérea financiada no cartão de crédito e com parcelas a vencer, o reembolso seguirá a política da administradora do cartão.
Com a entrada da resolução em vigor, nos casos de atrasos, cancelamentos ou preterição, a companhia aérea é obrigada a comunicar os direitos do passageiro, inclusive entregando-lhe folheto com a informação e se solicitado a empresa terá que emitir uma declaração por escrito confirmando o ocorrido.
Segundo a Anac, a medida prevê também que a companhia ofereça outro tipo de transporte para completar o trajeto que tenha sido cancelado ou interrompido, desde que tenha a anuência do passageiro. Caso contrário, ele poderá esperar o próximo voo disponível ou ainda desistir da viagem, com direito ao reembolso integral da passagem. As multas para o caso do não cumprimento das normas podem variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por ocorrência, segundo a Anac.
Direitos
Caso o consumidor tenha algum desses direitos desrespeitados ele deve procurar o posto da Anac no aeroporto onde estiver e registrar queixa. A Anac também recomenda acionar os órgãos de defesa ao consumidor em caso de descumprimento da norma.
Nesta segunda-feira, a Anac divulgou o balanço do setor de transporte aéreo. O movimento cresceu 20,2% no doméstico e 21% no internacional em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Pelo 12º mês consecutivo, a demanda pelo transporte aéreo registrou crescimento nas rotas domésticas.
A norma vem já atrasada, como os atrasos das Cias aéreas. Nem sempre a culpa é delas, a Infraero também tem culpa, assim como o tempo. As empresas aéreas, que já investem pouco no atendimento ao cliente, principalmente nos marinheiros de primeira viagem, já que resolveram dividir passagens a preços de prestações de Casas Bahia, terão que se adaptar pela força. E mais, vai ter muito transtorno nessa fase de adaptação. Só assim mesmo para melhorar o atendimento, coisa que a TAM já esqueceu um pouco. No ar, pode até atender melhor, com sanduíche, mas em terra, todas ainda não entenderam que o Brasil não é aeroporto europeu. O Brasileiro precisa de assistência e orientação. Eu por exemplo, me canso de ver filas enormes às segundas e sextas sem pés nem cabeça. Faz parte! Por que não investir um pouco mais no relacionamento com o cliente do que só no cartão de fidelidade? Que venha a Copa de 2014!
Jony Lan
Mestre em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: iG