Overbooking chega as operadoras de plano de saúde
Oferta em Minas, de 0,6 unidade para mil clientes, é abaixo da média nacional. Esse é o retrato da má gestão e do descaso que deveria complementar a já decadente situação do sistema de saúde no Brasil.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais investiga a prática de "overbooking" pelas operadoras de planos de saúde no Estado. No dia 13/04, a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte convocou uma audiência pública as empresas, o Ministério Público Estadual, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a rede de hospitais privados.
"O que a gente tem constatado é que os planos de saúde estão vendendo muito, mas não aumenta a rede de hospitais credenciados na mesma proporção", disse o deputado Délio Malheiros (PV), autor da convocação. De acordo com dados da ANS, a taxa de leitos por 1.000 habitantes em Minas Gerais é de 2,4, sendo que em redes não-conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS) o índice cai para 0,6. Na média nacional, essa taxa é de 0,8.
De 2002 a 2009, a líder do mercado na região metropolitana de Belo Horizonte aumentou em 83% a base de clientes, passando de 459 mil usuários para 845 mil clientes. Segundo Malheiros, "antes era um leito para cada 1.000 usuários, e hoje é um leito para cada 3.000 pessoas". "O resultado disso é que o cliente vai onerar a rede pública ou vai pagar do bolso para uma consulta particular porque as operadoras vendem o que não consegue entregar", criticou Malheiros.
Por meio de sua assessoria, o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, afirma desconhecer qualquer prática de "overbooking" no setor.
Em Minas Gerais, segundo a agência reguladora dos planos de saúde, existem 202 operadoras em atividade. Apenas o Procon de Belo Horizonte registrou no ano passado 39 reclamações contra a prestação de serviços das empresas, sete delas relacionadas ao não-cumprimento da oferta de leitos. Neste ano, a entidade já contabiliza sete queixas.
Mais clientes. A Unimed-BH, uma das maiores operadoras do país, informa que tem hoje 47 hospitais em sua rede credenciada, com a aforta de 2500 leitos. "Atualmente, a cooperativa possui uma carteira de 845 mil clientes e conta com mais de 4.800 médicos cooperados. De 2006 a 2009, a carteira da Unimed-BH somou 267 mil novos clientes. A média é de 175 clientes por médico, abaixo de índice de países como a França, que é de um para 296 pessoas, conforme divulgado ontem (quarta-feira) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo o CFM, em Minas Gerais, o índice é de um médico para 543 habitantes", afirma a empresa.
A coopeerativa informa que realizou, em 2009, 5,4 milhões de consultas médicas, 111 mil internações, 19 mil atendimentos domiciliares em urgência e emergência e mais de 13 milhões de exames e terapias complementares. A empresa afirma ainda que tem convidado sua rede credenciada a também expandir seus leitos e acompanhar o crescimento da carteira de clientes.
Disque-ANS
Canal. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regulamenta o setor de planos de saúde, possui um canal direto para o recebimento de reclamações: 0800-701-9656
Se tem o serviço da ANS, vamos usar, senão nada vai mudar. Se você trabalha em uma empresa de plano de saúde, o que elas tem feito para mudar esse cenário no longo prazo?
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais investiga a prática de "overbooking" pelas operadoras de planos de saúde no Estado. No dia 13/04, a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte convocou uma audiência pública as empresas, o Ministério Público Estadual, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a rede de hospitais privados.
"O que a gente tem constatado é que os planos de saúde estão vendendo muito, mas não aumenta a rede de hospitais credenciados na mesma proporção", disse o deputado Délio Malheiros (PV), autor da convocação. De acordo com dados da ANS, a taxa de leitos por 1.000 habitantes em Minas Gerais é de 2,4, sendo que em redes não-conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS) o índice cai para 0,6. Na média nacional, essa taxa é de 0,8.
De 2002 a 2009, a líder do mercado na região metropolitana de Belo Horizonte aumentou em 83% a base de clientes, passando de 459 mil usuários para 845 mil clientes. Segundo Malheiros, "antes era um leito para cada 1.000 usuários, e hoje é um leito para cada 3.000 pessoas". "O resultado disso é que o cliente vai onerar a rede pública ou vai pagar do bolso para uma consulta particular porque as operadoras vendem o que não consegue entregar", criticou Malheiros.
Por meio de sua assessoria, o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, afirma desconhecer qualquer prática de "overbooking" no setor.
Em Minas Gerais, segundo a agência reguladora dos planos de saúde, existem 202 operadoras em atividade. Apenas o Procon de Belo Horizonte registrou no ano passado 39 reclamações contra a prestação de serviços das empresas, sete delas relacionadas ao não-cumprimento da oferta de leitos. Neste ano, a entidade já contabiliza sete queixas.
Mais clientes. A Unimed-BH, uma das maiores operadoras do país, informa que tem hoje 47 hospitais em sua rede credenciada, com a aforta de 2500 leitos. "Atualmente, a cooperativa possui uma carteira de 845 mil clientes e conta com mais de 4.800 médicos cooperados. De 2006 a 2009, a carteira da Unimed-BH somou 267 mil novos clientes. A média é de 175 clientes por médico, abaixo de índice de países como a França, que é de um para 296 pessoas, conforme divulgado ontem (quarta-feira) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo o CFM, em Minas Gerais, o índice é de um médico para 543 habitantes", afirma a empresa.
A coopeerativa informa que realizou, em 2009, 5,4 milhões de consultas médicas, 111 mil internações, 19 mil atendimentos domiciliares em urgência e emergência e mais de 13 milhões de exames e terapias complementares. A empresa afirma ainda que tem convidado sua rede credenciada a também expandir seus leitos e acompanhar o crescimento da carteira de clientes.
Disque-ANS
Canal. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regulamenta o setor de planos de saúde, possui um canal direto para o recebimento de reclamações: 0800-701-9656
Se tem o serviço da ANS, vamos usar, senão nada vai mudar. Se você trabalha em uma empresa de plano de saúde, o que elas tem feito para mudar esse cenário no longo prazo?
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Tempo