Estratégia: Insinuante e Ricardo Eletro se unem para serem a número 2 no varejo
A união das redes Insinuante e Ricardo Eletro, que dá origem ao segundo maior grupo de varejo de eletrodomésticos do país, nasce com o objetivo de dobrar o faturamento e o número de lojas em quatro anos. O grupo buscará aquisições e associações com outros grupos para atingir as metas.
O negócio entre as duas varejistas, anunciado nesta segunda-feira (29/03/10), foi motivado pela compra da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, em dezembro, que serviu de pontapé inicial para as negociações dos grupos baiano e mineiro.
"A fusão entre Casas Bahia e Pão de Açúcar criou uma oportunidade de negócios interessante. Seguir o modelo do que foi feito era a única forma de manter nosso sonho", disse o presidente e fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, que ocupará a presidência da Máquina de Vendas, holding que será compartilhada pelos atuais sócios de ambas as redes com fatia de 50 por cento para cada.
Para o presidente e fundador da Insinuante, Luiz Carlos Batista, que será o presidente do Conselho Executivo da Máquina de Vendas, o "mercado tinha espaço para a consolidação de uma segunda rede e tivemos que nos apressar para que esse segundo grande grupo fosse o nosso".
Antes de iniciar as negociações, que duraram cerca de três meses, as redes chegaram a ser assediadas por outros grupos, inclusive internacionais, para venda das marcas, segundo Nunes.
Com faturamento anual de 5 bilhões de reais, a nova companhia tem como meta alcançar vendas de 10 bilhões de reais em quatro anos.
A Máquina de Vendas não possui endividamento e possui uma "reserva de caixa relevante", segundo Batista, que estima sinergias da ordem de 150 milhões de reais anuais com a fusão.
O acordo não envolveu o desembolso de dinheiro e não contou com a assessoria de nenhum banco de investimentos, de acordo com os executivos. As negociações, segundo eles, aconteceram entre as duas famílias donas das redes de varejo.
"As duas companhias eram muito idênticas e tinham praticamente o mesmo faturamento, o que facilitou a união", afirmou Batista. "Nos unimos para fortalecer, ganhar poder de compra e não perder competitividade."
O grupo planeja ampliar o total de lojas de 528 unidades para 1 mil em quatro anos, período em que o quadro de funcionários deve crescer dos atuais 15 mil para 30 mil colaboradores.
Apesar do plano ambicioso, a Máquina de Vendas não planeja uma oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) neste primeiro momento, mas considera aquisições e associações com outros grupos, especialmente os de menor porte.
"Temos planos de crescer com qualquer empresa que seja complementar aos nossos negócios. Nosso desenho vai permitir trazer outras empresas, principalmente empresários menores, que não têm poder de barganha", afirmou Batista.
Ao mesmo tempo, ele não descarta uma possível negociação com o Magazine Luiza, que perdeu para a Máquina de Vendas o posto de segundo maior varejista de móveis e eletrodomésticos do país.
OPERAÇÕES As lojas Insinuante serão predominantes nas regiões Norte e Nordeste, enquanto a bandeira Ricardo Eletro ficará concentrada no Centro-Oeste e Sudeste do país.
Para este ano, o grupo deve destinar 50 milhões de reais à abertura de 50 lojas, sendo que 30 delas serão no interior do Rio de Janeiro, onde outras 20 lojas da bandeira Insinuante serão transformadas em Ricardo Eletro.
As demais lojas previstas devem ser resultado de fusões e aquisições.
A entrada na cidade de São Paulo também integra os objetivos da holding, que estima a inauguração de lojas na capital paulista em cerca de um ano e meio.
"Não podemos antecipar, mas a entrada em São Paulo será feita por um modelo diferente dos concorrentes", disse Nunes.
Hoje, as operações online de ambas as redes estão sediadas em São Paulo. A estimativa é que as vendas de ambas as bandeiras pela Internet atinjam 250 milhões de reais em 2010.
Com 8 por cento do mercado nacional de eletrodomésticos, o grupo pode chegar a 15 por cento em até dois anos, segundo Nunes.
A Máquina de Vendas planeja, ainda, a atuação em países vizinhos ao Brasil. "Temos planos de sair do Brasil quando possível", afirmou ele, sem dar mais detalhes.
Atualmente, a Ricardo Eletro -fundada em 1989- tem 268 lojas em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro e interior de São Paulo.
A Insinuante iniciou operações em 1959 e está presente com 260 lojas em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Acredito que a onda de concetração deverá durar até a economia mundial voltar a crescer novamente. Mesmo porque, a ocupação de novas lojas é um ativo caro. Vamos ver até que ponto os clientes aproveitarão essa dinâmica evolucionária do varejo.
O negócio entre as duas varejistas, anunciado nesta segunda-feira (29/03/10), foi motivado pela compra da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, em dezembro, que serviu de pontapé inicial para as negociações dos grupos baiano e mineiro.
"A fusão entre Casas Bahia e Pão de Açúcar criou uma oportunidade de negócios interessante. Seguir o modelo do que foi feito era a única forma de manter nosso sonho", disse o presidente e fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, que ocupará a presidência da Máquina de Vendas, holding que será compartilhada pelos atuais sócios de ambas as redes com fatia de 50 por cento para cada.
Para o presidente e fundador da Insinuante, Luiz Carlos Batista, que será o presidente do Conselho Executivo da Máquina de Vendas, o "mercado tinha espaço para a consolidação de uma segunda rede e tivemos que nos apressar para que esse segundo grande grupo fosse o nosso".
Antes de iniciar as negociações, que duraram cerca de três meses, as redes chegaram a ser assediadas por outros grupos, inclusive internacionais, para venda das marcas, segundo Nunes.
Com faturamento anual de 5 bilhões de reais, a nova companhia tem como meta alcançar vendas de 10 bilhões de reais em quatro anos.
A Máquina de Vendas não possui endividamento e possui uma "reserva de caixa relevante", segundo Batista, que estima sinergias da ordem de 150 milhões de reais anuais com a fusão.
O acordo não envolveu o desembolso de dinheiro e não contou com a assessoria de nenhum banco de investimentos, de acordo com os executivos. As negociações, segundo eles, aconteceram entre as duas famílias donas das redes de varejo.
"As duas companhias eram muito idênticas e tinham praticamente o mesmo faturamento, o que facilitou a união", afirmou Batista. "Nos unimos para fortalecer, ganhar poder de compra e não perder competitividade."
O grupo planeja ampliar o total de lojas de 528 unidades para 1 mil em quatro anos, período em que o quadro de funcionários deve crescer dos atuais 15 mil para 30 mil colaboradores.
Apesar do plano ambicioso, a Máquina de Vendas não planeja uma oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) neste primeiro momento, mas considera aquisições e associações com outros grupos, especialmente os de menor porte.
"Temos planos de crescer com qualquer empresa que seja complementar aos nossos negócios. Nosso desenho vai permitir trazer outras empresas, principalmente empresários menores, que não têm poder de barganha", afirmou Batista.
Ao mesmo tempo, ele não descarta uma possível negociação com o Magazine Luiza, que perdeu para a Máquina de Vendas o posto de segundo maior varejista de móveis e eletrodomésticos do país.
OPERAÇÕES As lojas Insinuante serão predominantes nas regiões Norte e Nordeste, enquanto a bandeira Ricardo Eletro ficará concentrada no Centro-Oeste e Sudeste do país.
Para este ano, o grupo deve destinar 50 milhões de reais à abertura de 50 lojas, sendo que 30 delas serão no interior do Rio de Janeiro, onde outras 20 lojas da bandeira Insinuante serão transformadas em Ricardo Eletro.
As demais lojas previstas devem ser resultado de fusões e aquisições.
A entrada na cidade de São Paulo também integra os objetivos da holding, que estima a inauguração de lojas na capital paulista em cerca de um ano e meio.
"Não podemos antecipar, mas a entrada em São Paulo será feita por um modelo diferente dos concorrentes", disse Nunes.
Hoje, as operações online de ambas as redes estão sediadas em São Paulo. A estimativa é que as vendas de ambas as bandeiras pela Internet atinjam 250 milhões de reais em 2010.
Com 8 por cento do mercado nacional de eletrodomésticos, o grupo pode chegar a 15 por cento em até dois anos, segundo Nunes.
A Máquina de Vendas planeja, ainda, a atuação em países vizinhos ao Brasil. "Temos planos de sair do Brasil quando possível", afirmou ele, sem dar mais detalhes.
Atualmente, a Ricardo Eletro -fundada em 1989- tem 268 lojas em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro e interior de São Paulo.
A Insinuante iniciou operações em 1959 e está presente com 260 lojas em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Acredito que a onda de concetração deverá durar até a economia mundial voltar a crescer novamente. Mesmo porque, a ocupação de novas lojas é um ativo caro. Vamos ver até que ponto os clientes aproveitarão essa dinâmica evolucionária do varejo.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fontes: Reuters, Brasil Online, O Globo