Carrefour finalmente entra no mercado on-line no Brasil e quer ser a 5ª maior
Apesar de ser a última grande varejista a estrear no comércio eletrônico brasileiro, o Carrefour pretende estar entre as cinco maiores operações de internet no Brasil até o ano que vem.
As grandes varejistas online são a B2W (Americanas e Submarino), a Nova Pontocom (que reúne os sites do Ponto Frio, Extra/Pão de Açúcar e Casas Bahia), Magazine Luiza e Walmart. Este último lançou sua loja virtual no Brasil em 2009.
A pontocom do Carrefour, que será a primeira fora da Europa da multinacional francesa, começa a operar hoje com nove categorias de produtos: eletrônicos, informática, eletrodomésticos, telefonia, eletroportáteis, beleza e saúde, cine e foto, utilidades domésticas e cama, mesa e banho.
Inicialmente, serão ofertados 15 mil itens. Até o final do ano, a expectativa é que estejam disponíveis mais de 80 mil itens para o consumidor.
Segundo Jean-Marc Pueyo, superintendente do Carrefour no Brasil, foram investidos R$ 50 milhões na operação de comércio eletrônico brasileira, que servirá de plataforma para a implementação de negócios online em outros países onde o grupo está presente, como a Colômbia e Argentina.
Novidade
Paralelamente ao lançamento do site, a varejista francesa lançou a sua primeira campanha publicitária voltada para a marca Carrefour no Brasil, em que aparecem no mesmo comercial as suas demais bandeiras - Atacadão (rede de atacado) e Dia (rede popular de pequenos supermercados). No Brasil, as varejistas de alimentos concentram suas propagandas na divulgação de ofertas e promoções.
Perguntado pelos jornalistas se a campanha publicitária também teria o objetivo de afastar as especulações sobre a possível saída do Carrefour no Brasil, Pueyo negou qualquer associação com os rumores, além de reafirmar mais o interesse da multinacional em investir no Brasil.
"Tudo já foi falado sobre isso e não vou voltar a esse assunto", disse Pueyo. No ano passado, os jornais franceses divulgaram que os acionistas do Carrefour avaliavam vender para o Walmart as operações em mercados emergentes, como o Brasil e a China.
O presidente mundial do Carrefour, Lars Olfosson, tem afirmado repetidas vezes que a companhia descarta sair do Brasil e que considera o país um mercado prioritário para investimentos.
A rede Atacadão, em especial, adquiriu um papel de destaque para o Carrefour , que vai abrir a primeira loja no formato brasileiro em Bogotá, na Colômbia, nos próximos dias.
"Até o fim do ano, planejamos abrir o primeiro Atacadão na Argentina", disse Pueyo. O Carrefour também avalia levar esse modelo para a Europa, mas não há uma decisão a respeito.
Análise dos especialistas
Segundo especialistas, a mais prejudicada com o avanço de novos players e das grandes cadeias de varejo dominando o segmento, será a B2W, que atualmente é a maior empresa de comércio virtual e detém os sites: Americanas.com, Submarino.com e Shoptime.com. A empresa estaria investindo mais em marketing e também em ferramentas novas, como a lançada no Submarino semana passada, que promete que o consumidor pode realizar sua compra com apenas um click e sem precisar enviar seu endereço para entrega.
Daniel Domeneghetti, sócio fundador da E-Consulting, empresa especializada em internet, concorda, mas afirma que a rede assim como as outras devem reforçar suas estratégias de comunicação com o cliente, oferecendo preço e prazo, mas com uma abordagem que chama de multicanal, integrando ações nas lojas físicas, internet e e celular, além de aumentar programas de fidelidade. Mas lembra, que as redes já sabiam da entrada do Carrefour: "Todas já estavam se preparando, também com a fusão do Extra.com, PontoFrio.com e CasasBahia.com, além de terem o legado de sua marca, o que atrai os consumidores", afirma.
Para o professor Cláudio Felisoni, do Programa de Administração do Varejo (Provar), a tendência é que o comércio eletrônico siga o ritmo de competição das lojas físicas e que isso se reflita em preços mais baixos para o consumidor. "Na internet é mais fácil comparar preços. Vemos um movimento do consumidor que faz isso e vai comprar na loja física". De acordo com o professor, a tendência é que as redes tenham maior atenção ao segmento para ampliar a base de clientes.
Já para Sandra Turchi, professora de Marketing Digital da Escola Superior de Propaganda e Marketig (ESPM), e coordenadora da inclusão digital para pequena e média empresa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a tendência é a entrada do Carrefour no comércio on-line aumente o faturamento do setor neste ano, ou seja, a loja funcionaria também como âncora para as vendas na internet. "Grandes redes atraem o consumidor, elas têm mais credibilidade", diz ela.
Segundo a especialista, a novo canal de distribuição da rede francesa forçará os concorrentes a oferecerem descontos para segurar o consumidor. "As promoções fazem parte do varejo; com certeza os avanços do Carrefour neste segmento darão uma chacoalhada nos concorrentes", afirma Sandra.
"No início eles passarão por um período de adaptação, mas a chegada deles no mercado já vai causar uma reação nas outras empresas". Até o fechamento desta edição, o Walmart e o Grupo Pão de Açúcar não se manifestaram sobre o assunto.
Comércio eletrônico recebe investimentos das redes como Ricardo Eletro e Magazine Luiza, que se preparam para driblar entrada de novos players, como a rede francesa Carrefour.
No meu ponto de vista, Jony Lan, a entrada do Carrefour não vai alterar a rotina dos grandes varejistas que possuem lojas na internet. O Carrefour vai aprender com seus erros e vai ao longo do tempo ganhar corpo com suas ofertas. Preço será um detalhe que não vai mudar, já que praticamente quase todos os grandes varejistas já estavam na internet e os preços desse canal já estão "estabilizados". O maior desafio de todos será a eficiência, a experiência de compra e o relacionamento com o cliente, que já está descolado em como comprar pela internet. Agora, quem inovar, ganhará uma vantagem competitiva temporária. O primeiro desafio será a integração dos pontos de vendas em multicanais, quando isso ocorrer, a inovação se concentrará no relacionamento com os clientes e aí, o e-commerce buscará novas plataformas.
As grandes varejistas online são a B2W (Americanas e Submarino), a Nova Pontocom (que reúne os sites do Ponto Frio, Extra/Pão de Açúcar e Casas Bahia), Magazine Luiza e Walmart. Este último lançou sua loja virtual no Brasil em 2009.
A pontocom do Carrefour, que será a primeira fora da Europa da multinacional francesa, começa a operar hoje com nove categorias de produtos: eletrônicos, informática, eletrodomésticos, telefonia, eletroportáteis, beleza e saúde, cine e foto, utilidades domésticas e cama, mesa e banho.
Inicialmente, serão ofertados 15 mil itens. Até o final do ano, a expectativa é que estejam disponíveis mais de 80 mil itens para o consumidor.
Segundo Jean-Marc Pueyo, superintendente do Carrefour no Brasil, foram investidos R$ 50 milhões na operação de comércio eletrônico brasileira, que servirá de plataforma para a implementação de negócios online em outros países onde o grupo está presente, como a Colômbia e Argentina.
Novidade
Paralelamente ao lançamento do site, a varejista francesa lançou a sua primeira campanha publicitária voltada para a marca Carrefour no Brasil, em que aparecem no mesmo comercial as suas demais bandeiras - Atacadão (rede de atacado) e Dia (rede popular de pequenos supermercados). No Brasil, as varejistas de alimentos concentram suas propagandas na divulgação de ofertas e promoções.
Perguntado pelos jornalistas se a campanha publicitária também teria o objetivo de afastar as especulações sobre a possível saída do Carrefour no Brasil, Pueyo negou qualquer associação com os rumores, além de reafirmar mais o interesse da multinacional em investir no Brasil.
"Tudo já foi falado sobre isso e não vou voltar a esse assunto", disse Pueyo. No ano passado, os jornais franceses divulgaram que os acionistas do Carrefour avaliavam vender para o Walmart as operações em mercados emergentes, como o Brasil e a China.
O presidente mundial do Carrefour, Lars Olfosson, tem afirmado repetidas vezes que a companhia descarta sair do Brasil e que considera o país um mercado prioritário para investimentos.
A rede Atacadão, em especial, adquiriu um papel de destaque para o Carrefour , que vai abrir a primeira loja no formato brasileiro em Bogotá, na Colômbia, nos próximos dias.
"Até o fim do ano, planejamos abrir o primeiro Atacadão na Argentina", disse Pueyo. O Carrefour também avalia levar esse modelo para a Europa, mas não há uma decisão a respeito.
Análise dos especialistas
Segundo especialistas, a mais prejudicada com o avanço de novos players e das grandes cadeias de varejo dominando o segmento, será a B2W, que atualmente é a maior empresa de comércio virtual e detém os sites: Americanas.com, Submarino.com e Shoptime.com. A empresa estaria investindo mais em marketing e também em ferramentas novas, como a lançada no Submarino semana passada, que promete que o consumidor pode realizar sua compra com apenas um click e sem precisar enviar seu endereço para entrega.
Daniel Domeneghetti, sócio fundador da E-Consulting, empresa especializada em internet, concorda, mas afirma que a rede assim como as outras devem reforçar suas estratégias de comunicação com o cliente, oferecendo preço e prazo, mas com uma abordagem que chama de multicanal, integrando ações nas lojas físicas, internet e e celular, além de aumentar programas de fidelidade. Mas lembra, que as redes já sabiam da entrada do Carrefour: "Todas já estavam se preparando, também com a fusão do Extra.com, PontoFrio.com e CasasBahia.com, além de terem o legado de sua marca, o que atrai os consumidores", afirma.
Para o professor Cláudio Felisoni, do Programa de Administração do Varejo (Provar), a tendência é que o comércio eletrônico siga o ritmo de competição das lojas físicas e que isso se reflita em preços mais baixos para o consumidor. "Na internet é mais fácil comparar preços. Vemos um movimento do consumidor que faz isso e vai comprar na loja física". De acordo com o professor, a tendência é que as redes tenham maior atenção ao segmento para ampliar a base de clientes.
Já para Sandra Turchi, professora de Marketing Digital da Escola Superior de Propaganda e Marketig (ESPM), e coordenadora da inclusão digital para pequena e média empresa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a tendência é a entrada do Carrefour no comércio on-line aumente o faturamento do setor neste ano, ou seja, a loja funcionaria também como âncora para as vendas na internet. "Grandes redes atraem o consumidor, elas têm mais credibilidade", diz ela.
Segundo a especialista, a novo canal de distribuição da rede francesa forçará os concorrentes a oferecerem descontos para segurar o consumidor. "As promoções fazem parte do varejo; com certeza os avanços do Carrefour neste segmento darão uma chacoalhada nos concorrentes", afirma Sandra.
"No início eles passarão por um período de adaptação, mas a chegada deles no mercado já vai causar uma reação nas outras empresas". Até o fechamento desta edição, o Walmart e o Grupo Pão de Açúcar não se manifestaram sobre o assunto.
Comércio eletrônico recebe investimentos das redes como Ricardo Eletro e Magazine Luiza, que se preparam para driblar entrada de novos players, como a rede francesa Carrefour.
No meu ponto de vista, Jony Lan, a entrada do Carrefour não vai alterar a rotina dos grandes varejistas que possuem lojas na internet. O Carrefour vai aprender com seus erros e vai ao longo do tempo ganhar corpo com suas ofertas. Preço será um detalhe que não vai mudar, já que praticamente quase todos os grandes varejistas já estavam na internet e os preços desse canal já estão "estabilizados". O maior desafio de todos será a eficiência, a experiência de compra e o relacionamento com o cliente, que já está descolado em como comprar pela internet. Agora, quem inovar, ganhará uma vantagem competitiva temporária. O primeiro desafio será a integração dos pontos de vendas em multicanais, quando isso ocorrer, a inovação se concentrará no relacionamento com os clientes e aí, o e-commerce buscará novas plataformas.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Valor Online, DCI