Venda Direta: Avon, Natura, Jequiti, Amway e Tupperware crescem em 2009 e querem mais
O setor de vendas diretas, que movimenta R$ 20 bilhões e ainda é dominado por Avon e Natura, promete manter altos patamares de crescimento e deverá se tornar menos concentrado nos próximos anos. Isso porque, empresas com participações pequenas no mercado, como Jequiti, Amway e Tupperware - que detém a marca de cosméticos Fuller-, passaram por reestruturações e têm metas agressivas para aumentarem seus faturamentos e penetração entre os consumidores brasileiros.
Brasil é o maior mercado da Avon
Pela primeira vez na história da Avon mundial, o Brasil se tornou, no terceiro trimestre de 2009, o maior mercado da companhia, desbancando a liderança histórica dos Estados Unidos. Entre julho e setembro do ano passado, o faturamento da empresa no Brasil cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2008 e registrou alta, pelo terceiro trimestre seguido, em moeda local.
Enquanto isso, as vendas na América do Norte caíram 8% e cresceram apenas 7% na companhia como um todo.
"O desempenho positivo de 2008, combinado com a liderança local, permitiu progressos no Brasil em 2009, mesmo com ventos de proa", disse Andrea Jung, presidente mundial da Avon. A canadense de 50 anos de idade, filha de chineses, esteve no Brasil no início de dezembro. Ela veio conferir o desempenho da filial brasileira e inaugurar o Centro de Prevenção do Câncer de Mama Instituto Avon no Hospital do Câncer de Barretos (SP), no qual a companhia investiu R$ 6 milhões.
Concorrência
A Jequiti, que pertence ao Grupo Silvio Santos, tem crescido vertiginosamente, só em 2009, cresceu 250% e tem previsão de dobrar de tamanho em 2010. "Ainda estamos nascendo, temos apenas três anos no mercado e somos pequenos perto de gigantes como a Avon e a Natura, que faturam cerca de R$ 5 bilhões cada uma, mas iremos alcançar R$ 1 bilhão de faturamento em 2013", afirma o diretor da marca, Lásaro Carmo Júnior. Em 2009, sua receita foi de cerca de R$ 200 milhões e deve ultrapassar os R$ 400 milhões este ano.
A nova "menina dos olhos" do empresário Silvio Santos, a área de cosméticos, ainda deve ser o grande foco de investimento do grupo nos próximos anos, afirma o diretor: "A área deve receber a maior parte dos investimentos do grupo. Apostamos no setor, isso porque o Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo e o segundo maior mercado de perfumes". De acordo com o executivo, o forte crescimento pode ser atribuído não só ao bom mercado, mas ao grande aumento do número de revendedoras e investimento no mix de produtos, o que divulgam constantemente aproveitando o canal de TV aberta do grupo, o SBT.
"Se fossemos contabilizar, poderíamos dizer que gastamos em torno de R$ 50 milhões com divulgação, mas a nossa mídia é barata porque temos o SBT, somos a única marca que tem um programa de TV aberta de treinamento para consultoras e sorteamos por semana R$ 50 mil para consumidores e consultoras", explica. A estratégia está ajudando a aumentar a base de revendedoras, que hoje é de 120 mil, mas já há 60 mil pessoas na fila de espera querendo vender os produtos da marca.
Ainda está previsto o lançamento de novos produtos em 2010, e está em estudo a construção de uma fábrica própria, já que atualmente terceirizam a produção, trabalhando com sete fábricas parceiras. A previsão é que 2013 já contem com a fábrica. Já a meta de produtos, é lançar 160 produtos cosméticos e 100 não cosméticos, área que também tem crescido, no ano que vem. "Lançamos a área e catálogo de não-cosméticos em julho e em seis meses vendemos R$ 10 milhões, a previsão é que chegue a representar 10% no nosso faturamento", diz.
A marca de cosméticos Amway, que afirma estar presente em 80 Países, também quer aumentar a sua presença na América Latina e no Brasil, no mínimo dobrando de tamanho este ano, com a meta de crescer 120% no País. "Somos a segunda maior empresa de venda direta do mundo, mas não estávamos do tamanho que queríamos na América Latina", explica Davi Damázio, gerente de Marketing da empresa. Ele afirma que desde o início de 2008 iniciaram uma nova estratégia para a região, chamada de "Pense Grande", que já está dando resultados e devem aprimorar em 2010. O Brasil ainda não está entre dez os maiores mercados para a marca, mas é o que está com o maior crescimento e acreditam que pode estar entre os cinco maiores em cerca de cinco anos. No País, a Amway terminou 2009 com uma alta de cerca de 70% no faturamento e de 130% no volume de vendas frente ao ano passado.
Uma das mudanças foi ter preços e produtos mais adequados para a região, já que antes possuíam produtos mais caros e para a classe A. Desde o início do ano, passaram a produzir alguns itens no Brasil, como perfumes, sabonetes e barras de cereais. 30% dos produtos são fabricados aqui e a intenção é chegar a 90% de produção local até 2012, o que pode incluir a instalação de uma fábrica própria, o que está em estudo.
A marca ainda decidiu investir mais em divulgação e aposta também na sua presença física, com a abertura de lojas, que são centros de compras e experimentação de produtos, a primeira foi aberta na cidade do Rio de Janeiro em agosto, outra está em São Paulo (SP) desde novembro e, em breve, será inaugurada uma em Recife (PE). O número de pessoas que revendem a marca também deve crescer de 50 mil para cerca entre 90 e 95 mil em 2010.
Outra que continuará investindo no Brasil é a Tupperware, segundo a diretora-geral da marca no País, Paola Kiwi, em 2009 cresceram quase 30% até o terceiro trimestre, e estão em um bom momento após passarem por processo de reestruturação há pouco mais de três anos atrás. "Nossa intenção é continuar crescendo e ampliar bastante nos próximos cinco anos com tudo o que está acontecendo, estamos ampliando nossa capacidade produtiva e trazendo novas tecnologias e produtos para serem produzidos aqui", diz a executiva. Outra área da empresa que também está crescendo é de cosméticos, há um ano detém também a marca Fuller. "Fora do Brasil a parte de cosméticos já é importante, no Brasil é muito discreto ainda, mas tem muito potencial".
Segundo a Associação Brasileira de Vendas Diretas (Abevd), o setor terminou 2009 com cerca de R$ 20 bilhões de faturamento, frente a R$ 18,5 bilhões de 2008. Para Lírio Cipriani, presidente da Abevd, o segmento ainda está atraindo novos players e grandes indústrias, que veem nas vendas diretas uma forma de atingir outros públicos, como estão fazendo a Coca-Cola e Nestlé.
No meu ponto de vista, a tendência será aumentar as vendas nesse canal, mas como criar novas empresas brasileiras para explorar um canal com maior presença de multinacionais?
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e negócios
jonylan@mktmais.com
Fontes: DCI e IG
Brasil é o maior mercado da Avon
Pela primeira vez na história da Avon mundial, o Brasil se tornou, no terceiro trimestre de 2009, o maior mercado da companhia, desbancando a liderança histórica dos Estados Unidos. Entre julho e setembro do ano passado, o faturamento da empresa no Brasil cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2008 e registrou alta, pelo terceiro trimestre seguido, em moeda local.
Enquanto isso, as vendas na América do Norte caíram 8% e cresceram apenas 7% na companhia como um todo.
"O desempenho positivo de 2008, combinado com a liderança local, permitiu progressos no Brasil em 2009, mesmo com ventos de proa", disse Andrea Jung, presidente mundial da Avon. A canadense de 50 anos de idade, filha de chineses, esteve no Brasil no início de dezembro. Ela veio conferir o desempenho da filial brasileira e inaugurar o Centro de Prevenção do Câncer de Mama Instituto Avon no Hospital do Câncer de Barretos (SP), no qual a companhia investiu R$ 6 milhões.
Concorrência
A Jequiti, que pertence ao Grupo Silvio Santos, tem crescido vertiginosamente, só em 2009, cresceu 250% e tem previsão de dobrar de tamanho em 2010. "Ainda estamos nascendo, temos apenas três anos no mercado e somos pequenos perto de gigantes como a Avon e a Natura, que faturam cerca de R$ 5 bilhões cada uma, mas iremos alcançar R$ 1 bilhão de faturamento em 2013", afirma o diretor da marca, Lásaro Carmo Júnior. Em 2009, sua receita foi de cerca de R$ 200 milhões e deve ultrapassar os R$ 400 milhões este ano.
A nova "menina dos olhos" do empresário Silvio Santos, a área de cosméticos, ainda deve ser o grande foco de investimento do grupo nos próximos anos, afirma o diretor: "A área deve receber a maior parte dos investimentos do grupo. Apostamos no setor, isso porque o Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo e o segundo maior mercado de perfumes". De acordo com o executivo, o forte crescimento pode ser atribuído não só ao bom mercado, mas ao grande aumento do número de revendedoras e investimento no mix de produtos, o que divulgam constantemente aproveitando o canal de TV aberta do grupo, o SBT.
"Se fossemos contabilizar, poderíamos dizer que gastamos em torno de R$ 50 milhões com divulgação, mas a nossa mídia é barata porque temos o SBT, somos a única marca que tem um programa de TV aberta de treinamento para consultoras e sorteamos por semana R$ 50 mil para consumidores e consultoras", explica. A estratégia está ajudando a aumentar a base de revendedoras, que hoje é de 120 mil, mas já há 60 mil pessoas na fila de espera querendo vender os produtos da marca.
Ainda está previsto o lançamento de novos produtos em 2010, e está em estudo a construção de uma fábrica própria, já que atualmente terceirizam a produção, trabalhando com sete fábricas parceiras. A previsão é que 2013 já contem com a fábrica. Já a meta de produtos, é lançar 160 produtos cosméticos e 100 não cosméticos, área que também tem crescido, no ano que vem. "Lançamos a área e catálogo de não-cosméticos em julho e em seis meses vendemos R$ 10 milhões, a previsão é que chegue a representar 10% no nosso faturamento", diz.
A marca de cosméticos Amway, que afirma estar presente em 80 Países, também quer aumentar a sua presença na América Latina e no Brasil, no mínimo dobrando de tamanho este ano, com a meta de crescer 120% no País. "Somos a segunda maior empresa de venda direta do mundo, mas não estávamos do tamanho que queríamos na América Latina", explica Davi Damázio, gerente de Marketing da empresa. Ele afirma que desde o início de 2008 iniciaram uma nova estratégia para a região, chamada de "Pense Grande", que já está dando resultados e devem aprimorar em 2010. O Brasil ainda não está entre dez os maiores mercados para a marca, mas é o que está com o maior crescimento e acreditam que pode estar entre os cinco maiores em cerca de cinco anos. No País, a Amway terminou 2009 com uma alta de cerca de 70% no faturamento e de 130% no volume de vendas frente ao ano passado.
Uma das mudanças foi ter preços e produtos mais adequados para a região, já que antes possuíam produtos mais caros e para a classe A. Desde o início do ano, passaram a produzir alguns itens no Brasil, como perfumes, sabonetes e barras de cereais. 30% dos produtos são fabricados aqui e a intenção é chegar a 90% de produção local até 2012, o que pode incluir a instalação de uma fábrica própria, o que está em estudo.
A marca ainda decidiu investir mais em divulgação e aposta também na sua presença física, com a abertura de lojas, que são centros de compras e experimentação de produtos, a primeira foi aberta na cidade do Rio de Janeiro em agosto, outra está em São Paulo (SP) desde novembro e, em breve, será inaugurada uma em Recife (PE). O número de pessoas que revendem a marca também deve crescer de 50 mil para cerca entre 90 e 95 mil em 2010.
Outra que continuará investindo no Brasil é a Tupperware, segundo a diretora-geral da marca no País, Paola Kiwi, em 2009 cresceram quase 30% até o terceiro trimestre, e estão em um bom momento após passarem por processo de reestruturação há pouco mais de três anos atrás. "Nossa intenção é continuar crescendo e ampliar bastante nos próximos cinco anos com tudo o que está acontecendo, estamos ampliando nossa capacidade produtiva e trazendo novas tecnologias e produtos para serem produzidos aqui", diz a executiva. Outra área da empresa que também está crescendo é de cosméticos, há um ano detém também a marca Fuller. "Fora do Brasil a parte de cosméticos já é importante, no Brasil é muito discreto ainda, mas tem muito potencial".
Segundo a Associação Brasileira de Vendas Diretas (Abevd), o setor terminou 2009 com cerca de R$ 20 bilhões de faturamento, frente a R$ 18,5 bilhões de 2008. Para Lírio Cipriani, presidente da Abevd, o segmento ainda está atraindo novos players e grandes indústrias, que veem nas vendas diretas uma forma de atingir outros públicos, como estão fazendo a Coca-Cola e Nestlé.
No meu ponto de vista, a tendência será aumentar as vendas nesse canal, mas como criar novas empresas brasileiras para explorar um canal com maior presença de multinacionais?
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e negócios
jonylan@mktmais.com
Fontes: DCI e IG