Rede Portuguesa vai combater venda de remédios falsos na Internet
Além da concorrência do setor, há sempre os "subversivos". "Noventa por cento dos medicamentos apreendidos em Portugal, numa operação internacional em Novembro de 2009, eram contrafeitos, uma situação confirmada laboratorialmente", revelou Vasco Maria, presidente do Infarmed, em conferência de imprensa.
"O Infarmed confiscou largas dezenas de milhares de euros em medicamentos, que eram transportados em encomendas postais que foram apreendidas, no âmbito de uma operação concertada entre 27 países de combate à Vanda ilegal de fármacos via Internet", acrescentou.
"É lucro para os contrafactores e prejuízo para as empresas", sublinhou o presidente do Infarmed que considera que "este é um problema global e exige uma resposta global".
"A rede nacional, que vai combater este crime, deverá alertar para estes problemas e identificar e levar a julgamento que se envolve nestas redes criminosas", frisou.
Segundo Vasco Maria, "já existe uma colaboração excelente entre o Infarmed, as Alfândegas e a Polícia Judiciária, que está cada vez mais envolvida", no entanto considera "que é importante a criação desta rede".
O Infarmed, em colaboração com o Conselho da Europa, está a realizar, em Lisboa, uma semana de formação sobre o problema da contrafacção de medicamentos. Em cima da mesa está a discussão da criminalização destas situações a nível europeu.
Metade dos medicamentos que estão há venda on-line é falsa
Segundo o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento, "mais de 50 por cento dos fármacos vendidos pela Internet são falsos".
"Muitos remédios, cuja embalagem era exactamente igual à original, não tinham a substância activa que reclamavam, ou têm em menor quantidade, o que é grave. E às vezes contêm produtos ou substâncias altamente tóxicas que podem matar.", sublinhou.
Vasco Maria alertou ainda para o facto de além dos medicamentos para emagrecer e os antidepressivos, os mais procurados na Internet (ver artigo relacionado), começam também a aparecer "medicamentos para outras áreas terapêuticas, como oncologia e hipertensão arterial".
O responsável pela Autoridade Nacional do Medicamento revelou que "não existem registos de morte em Portugal, nem evidências que exista alguma fábrica que produza estes medicamentos no país ou na Europa", frisando que "estes produtos vêm predominantemente da China e da Índia". Esses países ainda estão longe de ganhar o status da virada Japonesa, de "ar" de produtos de segunda, para produtos de primeira. Mas, pode ser apenas uma questão de tempo.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: RPT