Marketing do Itaú versus Cliente que ficou de cueca para entrar no banco ganha R$ 15 mil de indenização

Dilson dos Santos, barrado na porta giratória de uma agência do Itaú, no Rio, receberá R$ 15 mil de indenização. Isso porque, segundo testemunhas, ele teve que, em vão, passar pelo constrangimento de ficar de cueca na tentativa de entrar no banco. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, pela 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que manteve a sentença grau proferida por danos morais na 4ª Vara Cível do Fórum Regional de Jacarepaguá.
Não, a foto não é dele, mas de um caso parecido. Isso significa que é um caso recorrente. Se os decisores trabalham também com dados do passado, o que você faria para minimizá-los?
Segundo Dilson, a porta giratória travou quando ele tentava entrar no banco e , mesmo depois de retirar todos os objetos de metal, passar por uma revista pessoal e ficar de cueca, sua entrada foi proibida.
Será que o banco barraria alguém com um monte de dinheiro na cueca também?
De acordo com o desembargador Mario Guimarães Neto, relator do processo, a conduta dos seguranças foi abusiva. "Tais fatos foram suficientes para gerar não somente preocupações ou meros aborrecimentos, mas efetivo dano moral, eis que atingiram a honra e a dignidade do requerente, causando-lhe, sem dúvida, toda sorte de vexame e constrangimento, perante as pessoas que estavam no local, maculando desta forma a sua imagem", disse.

Uma testemunha do caso contou ainda que a gerente da agência o tratou com agressividade: "A gerente impediu a entrada sem explicar o motivo."
Lembrem-se do artigo que escrevi, como uma empresa faz marketing se ela não se relaciona de forma justa com o cliente?
O Banco Itaú não explicou por que não permitiu a entrada do correntista no estabelecimento. Na sentença, o juiz justifica o valor de R$ 15 mil, dizendo que a quantia visa "desestimular a prática de reiterados desrespeitos".
Os bancos estão lucrando no Brasil o que nenhum setor consegue ganhar, mesmo bem regulamentado. Como fica a imagem da empresa? E as ações de marketing, são para propagandear a marca ou o relacionamento com o cliente? Será que o que pregam nos comerciais condiz com a prática? Ou será que fazem o famoso cálculo estatístico acomodado: de 10 milhões de clientes, 1 ganhou na justiça. Então não há com o que se preocupar, concordam ou não?
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: O Globo