Branding: 37a edição do Calendário Pirelli reforça a imagem da companhia
Quem não se lembra ou já ouviu falar dos famoso calendários de mulheres peladas nas oficinas mecânicas? Não estou falando dos posters de mulheres peladas que os mecânicos colocam em suas oficinas, mas sim, do calendário das "belezas" que a Pirelli adapta em todo o mundo, uma verdadeira política de marketing global.
Cultuado no mundo inteiro por perpetuar a beleza de mulheres de diferentes nacionalidades, o Calendário Pirelli tornouse um dos objetos mais cobiçados do planeta. Exemplares antigos são comercializados por alguns milhares de reais na internet. Algumas de suas fotografias foram incorporadas a coleções de grandes museus, como o Masp. Mas, além de se tornar uma referência artística, o produto se transformou em uma importante ferramenta de marketing da empresa, tornando-se um case de sucesso no mundo da propaganda. Ele traz leveza, beleza, glamour e sofisticação a um produto totalmente inóspito, masculino e sem nenhum charme. "A estratégia de comunicação da Pirelli é bastante eficiente. Ela consegue colar à marca algumas qualidades almejadas pelo consumidor", avalia Eduardo Tomiya, consultor da BrandAnalytics.
"Assim como as sandálias Havaianas, que antes eram um produto sem qualquer glamour e hoje viraram ícone da moda mundial, a Pirelli conseguiu agregar valor à sua imagem ao transformar antigas folhinhas de borracharia em calendários altamente cobiçados há mais de quatro décadas", completa Laís Prado, jornalista especializada em propaganda e marketing.
O produto, que nesta versão tem o Brasil como cenário, celebra uma harmoniosa parceria entre a marca de pneus e o fotógrafo norte-americano Terry Richardson, famoso por sua "abordagem provocante".
Esta 37a edição presta uma homenagem às origens do projeto. Ele resgata traços da primeira edição, criada em 1964 por Robert Freeman, o fotógrafo dos Beatles. Entre as famosas da folhinha, destacam-se as brasileiras Ana Beatriz Barros e Gracie Carvalho, a australiana Miranda Kerr, Marloes Horst, da Holanda, a britânica Lily Cole e Georgina Stojilijtoric, da Sérvia. Richardson aderiu à tendência do natural, e abusou de imagens sem retoques, em que a naturalidade prevalece sobre a técnica.Isso é que é marketing, adaptando a campanha anos à fio em um mesmo veículo, mantendo a mesma política de investimento. Simples e direto, construindo a marca ao longo dos anos.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: IstoéDinheiro