"Vale compras" de R$ 210 milhões para o Natal, é a soma dos cortes de impostos do governo federal
Os brasileiros de classe média vão ganhar do presidente Lula um "vale-compras" de quase R$ 210 milhões neste Natal. A cifra corresponde ao corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, eletrodomésticos da linha branca (geladeira, máquina de lavar e fogão), materiais de construção e móveis, que foram incluídos na semana passada na lista das benesses tributárias.
A cifra foi calculada pela Tendências Consultoria Integrada, com base na projeção de quanto irá crescer a venda no varejo dos itens favorecidos pela desoneração tributária só no mês de dezembro.
O valor dessa espécie de "vale-compras" para a classe média corresponde a 21% do custo mensal do Bolsa-Família, que beneficia cerca de 11 milhões de famílias carentes, compara Alexandre Andrade, economista da consultoria. Ele fez a projeção, a pedido do jornal O Estado de S.Paulo, com o economista Felipe Salto.
De acordo com o estudo da consultoria, a contribuição da redução do IPI para o acréscimo de R$ 2,097 bilhões nas vendas de carros, eletrodomésticos, móveis e materiais de construção em dezembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2008 será de 10%. Os 90% restantes virão do aumento da renda e do crédito.
Só a primeira parcela do 13º salário deve injetar na economia R$ 84,6 bilhões, uma cifra 8,5% maior que em 2008, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Além do 13º, a oferta de crédito ao consumidor vai ajudar a aumentar essa montanha de dinheiro. Projeções da Serasa Experian indicam que R$ 56 bilhões em financiamentos deverão ser levantados pelas pessoas físicas no mês que vem, um volume 13% maior que o ofertado em dezembro de 2008, em plena crise de crédito.
Entre benefícios fiscais, crédito e 13º salário devem circular na economia neste fim de ano quase R$ 141 bilhões, o que pode transformar este Natal no melhor da década. Esse é o consenso entre economistas, comerciantes, industriais e executivos de bancos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis, cujas alíquotas variavam entre 5% e 10%, anunciada nesta quarta-feira (25), poderá ter efeito imediato para o consumidor, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel), José Luiz Diaz Fernandez.
Fernandez diz que a redução do imposto poderá chegar imediatamente ao consumidor, pois o Ministério da Fazenda abriu a possibilidade de que o estoque disponível nas lojas seja refaturado para refletir a isenção de IPI. Segundo ele, como o setor vive uma crise, com vendas 10% mais baixas do que no ano passado, as empresas devem repassar descontos iguais ou até superiores à desoneração tributária.
A previsão é reforçada pelo Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), principal polo moveleiro do Paraná. "Acreditamos que o impacto da medida para o consumidor será imediato. Nas matérias-primas não têm IPI as lojas devem repassar integralmente, significa que na ponta vai ter essa redução de preço”, diz o diz Silvio Luiz Penetti, diretor-executivo do Sima.
TokStok
O gerente de finanças da TokStok, Paul Dubrule, diz que a empresa pretende repassar toda a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o consumidor final. Segundo ele, a rede deve trabalhar a comunicação para informar o cliente que os preços dos móveis estarão mais baixos. "No nosso caso, não afeta 100% dos produtos", diz ele, lembrando que a TokStok vende 10 mil itens, incluindo acessórios e produtos de cama, mesa e banho.
De acordo com Dubrule, o ano foi "difícil" para o setor moveleiro. Com a redução do IPI para eletrodomésticos, ocorreu um "descompasso" entre as vendas de móveis de madeira e aço e os itens da linha branca. "Esses setores sempre caminharam juntos, com crescimentos similares", explica o executivo, lembrando que essa tendência foi quebrada em 2009.
Para "driblar" a queda nas vendas de móveis, a TokStok aumentou a ênfase nos acessórios. Desta forma, diz Dubrule, a empresa não teve retração nas vendas. "Estimulamos as vendas desses produtos [acessórios]. Se a pessoa não podia trocar o sofá, conseguiu mudar o ambiente trocando pequenos objetos ou uma almofada, sem ter que colocar tanto a mão no bolso."
Todeschini
Rogério Francio, diretor comercial da marca Carraro, da Todeschini, que fabrica e revende móveis para redes de varejo destinadas a classes de A a D, diz que a intenção da indústria é repassar integralmente o percentual do impacto da isenção no preço dos produtos.
Ele diz, entretanto, que ainda é preciso refazer cálculos para saber se isso será possível em todas as linhas de móveis. Segundo o executivo, o consumidor que planeja comprar móveis de madeira deve ser um dos mais beneficiados.
“Nos setores em que houve isenção no imposto da matéria-prima, como o da madeira, vai ser mais fácil repassar a redução de 10% nos preços”, diz Francio.
Para ele, o comprometimento das redes de varejo em repassar os preços sem IPI ao consumidor será fundamental para garantir a retomada nas vendas no fim de ano. “Eu acho que as empresas se acertando com o varejo tem condições de permitir que o consumidor tenha acesso a um móvel bem mais barato”.
Na avaliação de Francio, a maior dificuldade para dar descontos maiores ao consumidor pode ocorrer em setores cuja matéria-prima não foi liberada do IPI, como é o caso das linhas de móveis tubulares. “Nesse tipo de produto, o desconto vai depender também das usinas de aço."
“Essa isenção veio em um momento interessante, quando sai o 13º salário e o varejo está muito mais ativo. E, como a isenção nos preços de eletrodomésticos já está vigente há um tempo, este pode ser o momento de o consumidor desviar a compra dos eletrodomésticos para móveis”, afirma.
A cifra foi calculada pela Tendências Consultoria Integrada, com base na projeção de quanto irá crescer a venda no varejo dos itens favorecidos pela desoneração tributária só no mês de dezembro.
O valor dessa espécie de "vale-compras" para a classe média corresponde a 21% do custo mensal do Bolsa-Família, que beneficia cerca de 11 milhões de famílias carentes, compara Alexandre Andrade, economista da consultoria. Ele fez a projeção, a pedido do jornal O Estado de S.Paulo, com o economista Felipe Salto.
De acordo com o estudo da consultoria, a contribuição da redução do IPI para o acréscimo de R$ 2,097 bilhões nas vendas de carros, eletrodomésticos, móveis e materiais de construção em dezembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2008 será de 10%. Os 90% restantes virão do aumento da renda e do crédito.
Só a primeira parcela do 13º salário deve injetar na economia R$ 84,6 bilhões, uma cifra 8,5% maior que em 2008, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Além do 13º, a oferta de crédito ao consumidor vai ajudar a aumentar essa montanha de dinheiro. Projeções da Serasa Experian indicam que R$ 56 bilhões em financiamentos deverão ser levantados pelas pessoas físicas no mês que vem, um volume 13% maior que o ofertado em dezembro de 2008, em plena crise de crédito.
Entre benefícios fiscais, crédito e 13º salário devem circular na economia neste fim de ano quase R$ 141 bilhões, o que pode transformar este Natal no melhor da década. Esse é o consenso entre economistas, comerciantes, industriais e executivos de bancos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis, cujas alíquotas variavam entre 5% e 10%, anunciada nesta quarta-feira (25), poderá ter efeito imediato para o consumidor, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel), José Luiz Diaz Fernandez.
Fernandez diz que a redução do imposto poderá chegar imediatamente ao consumidor, pois o Ministério da Fazenda abriu a possibilidade de que o estoque disponível nas lojas seja refaturado para refletir a isenção de IPI. Segundo ele, como o setor vive uma crise, com vendas 10% mais baixas do que no ano passado, as empresas devem repassar descontos iguais ou até superiores à desoneração tributária.
A previsão é reforçada pelo Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), principal polo moveleiro do Paraná. "Acreditamos que o impacto da medida para o consumidor será imediato. Nas matérias-primas não têm IPI as lojas devem repassar integralmente, significa que na ponta vai ter essa redução de preço”, diz o diz Silvio Luiz Penetti, diretor-executivo do Sima.
TokStok
O gerente de finanças da TokStok, Paul Dubrule, diz que a empresa pretende repassar toda a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o consumidor final. Segundo ele, a rede deve trabalhar a comunicação para informar o cliente que os preços dos móveis estarão mais baixos. "No nosso caso, não afeta 100% dos produtos", diz ele, lembrando que a TokStok vende 10 mil itens, incluindo acessórios e produtos de cama, mesa e banho.
De acordo com Dubrule, o ano foi "difícil" para o setor moveleiro. Com a redução do IPI para eletrodomésticos, ocorreu um "descompasso" entre as vendas de móveis de madeira e aço e os itens da linha branca. "Esses setores sempre caminharam juntos, com crescimentos similares", explica o executivo, lembrando que essa tendência foi quebrada em 2009.
Para "driblar" a queda nas vendas de móveis, a TokStok aumentou a ênfase nos acessórios. Desta forma, diz Dubrule, a empresa não teve retração nas vendas. "Estimulamos as vendas desses produtos [acessórios]. Se a pessoa não podia trocar o sofá, conseguiu mudar o ambiente trocando pequenos objetos ou uma almofada, sem ter que colocar tanto a mão no bolso."
Todeschini
Rogério Francio, diretor comercial da marca Carraro, da Todeschini, que fabrica e revende móveis para redes de varejo destinadas a classes de A a D, diz que a intenção da indústria é repassar integralmente o percentual do impacto da isenção no preço dos produtos.
Ele diz, entretanto, que ainda é preciso refazer cálculos para saber se isso será possível em todas as linhas de móveis. Segundo o executivo, o consumidor que planeja comprar móveis de madeira deve ser um dos mais beneficiados.
“Nos setores em que houve isenção no imposto da matéria-prima, como o da madeira, vai ser mais fácil repassar a redução de 10% nos preços”, diz Francio.
Para ele, o comprometimento das redes de varejo em repassar os preços sem IPI ao consumidor será fundamental para garantir a retomada nas vendas no fim de ano. “Eu acho que as empresas se acertando com o varejo tem condições de permitir que o consumidor tenha acesso a um móvel bem mais barato”.
Na avaliação de Francio, a maior dificuldade para dar descontos maiores ao consumidor pode ocorrer em setores cuja matéria-prima não foi liberada do IPI, como é o caso das linhas de móveis tubulares. “Nesse tipo de produto, o desconto vai depender também das usinas de aço."
“Essa isenção veio em um momento interessante, quando sai o 13º salário e o varejo está muito mais ativo. E, como a isenção nos preços de eletrodomésticos já está vigente há um tempo, este pode ser o momento de o consumidor desviar a compra dos eletrodomésticos para móveis”, afirma.
Com tantos cortes no IPI, quem souber aproveitar a comunicação com o consumidor irá aumentar os seus lucros em no mínimo 15%. Quem ficar sentado, vai achar que a manobra é eleitoreira. Enfim, resta saber qual o perfil que o empresário vai querer ser: aquele que espera o cliente entrar pela porta ou aquele que faz de tudo para que o cliente entre na loja.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fontes: G1, Estadão