Problema: Quem ganha 1 salário mínimo não compra livros
Se o brasileiro não tem o hábito da leitura, a indústria editorial tem a sua parcela de responsabilidade, afirma o diretor do Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos. Segundo ele, apesar da desoneração do setor, o livro ainda é bastante caro no Brasil, custando, em média, R$ 25.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios, indica que 36,3 milhões de brasileiros compraram pelo menos um livro em 2007. O número representa cerca de 21% do total de entrevistados considerados leitores. O levantamento revela ainda que 71% dos entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo declararam que não compram livros. Para quem ganha entre 1 e 2 salários mínimos, o índice cai para 57%.
Já o prazer ou o gosto pela leitura é a principal motivação para a compra de uma obra para 44% dos entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos, classe social que concentra apenas 5% de não leitores. Por esta razão, apenas 17% dos entrevistados que recebem salário mínimo decidem comprar um livro.
A pesquisa conclui que a principal de forma acesso ao livro para as classes A, B e C é por meio da compra, enquanto os leitores das classes D e E recorrem aos amigos ou parentes para tomar emprestada uma obra. "Livro no Brasil é caro, sobretudo para as classes C, D e E", afirma Fabiano dos Santos.
A diretora editorial da Editora Record, Luciana Villas-Boas, registra uma expansão do consumo de livros para a classe C. Segundo ela, há dez anos, era difícil ver uma publicação alcançar a marca de cem mil exemplares vendidos. Hoje, várias obras atingem este número. "É um sinalizador de que mais pessoas estão comprando livros", afirma.
Os mais recentes dados da Câmara Brasileira de Livros e do Sindicato Nacional de Editores de Livros sobre a venda de livros no Brasil, no entanto, revelam uma retração no comércio de livros. Em 1998, foram vendidos 410 mil exemplares, sendo que em 2006 o setor registrou a venda de 310 mil livros. A partir de 2006, no entanto, verifica-se uma recuperação do setor, ainda não dimensionada.
O livro continua caro, uma revista custa mais caro que uma quilo de comida e a falta de valorização do governo na educação básica não vai fazer uma população que ganha 1 salário mínimo comprar um livro e deixar de comer. Nem mesmo a disseminação de bibliotecas existe, o que dirá de incentivar o brasileiro a ler. Vale lembrar que metade dos livros vendidos e apurados pelas CBL e SNEL são vendidas para o governo, principalmente para as escolas. Ou seja, o problema é a falta de um planejamento estratégico de leitura do Ministério da Cultura. Não é à toa que você não encontra grandes e boas livrarias em favelas, muito menos museus ou teatros. A cultura no Brasil ainda é vendida e consumida para quem tem dinheiro, em sua maioria.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: Agência BrasilA pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios, indica que 36,3 milhões de brasileiros compraram pelo menos um livro em 2007. O número representa cerca de 21% do total de entrevistados considerados leitores. O levantamento revela ainda que 71% dos entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo declararam que não compram livros. Para quem ganha entre 1 e 2 salários mínimos, o índice cai para 57%.
Já o prazer ou o gosto pela leitura é a principal motivação para a compra de uma obra para 44% dos entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos, classe social que concentra apenas 5% de não leitores. Por esta razão, apenas 17% dos entrevistados que recebem salário mínimo decidem comprar um livro.
A pesquisa conclui que a principal de forma acesso ao livro para as classes A, B e C é por meio da compra, enquanto os leitores das classes D e E recorrem aos amigos ou parentes para tomar emprestada uma obra. "Livro no Brasil é caro, sobretudo para as classes C, D e E", afirma Fabiano dos Santos.
A diretora editorial da Editora Record, Luciana Villas-Boas, registra uma expansão do consumo de livros para a classe C. Segundo ela, há dez anos, era difícil ver uma publicação alcançar a marca de cem mil exemplares vendidos. Hoje, várias obras atingem este número. "É um sinalizador de que mais pessoas estão comprando livros", afirma.
Os mais recentes dados da Câmara Brasileira de Livros e do Sindicato Nacional de Editores de Livros sobre a venda de livros no Brasil, no entanto, revelam uma retração no comércio de livros. Em 1998, foram vendidos 410 mil exemplares, sendo que em 2006 o setor registrou a venda de 310 mil livros. A partir de 2006, no entanto, verifica-se uma recuperação do setor, ainda não dimensionada.
O livro continua caro, uma revista custa mais caro que uma quilo de comida e a falta de valorização do governo na educação básica não vai fazer uma população que ganha 1 salário mínimo comprar um livro e deixar de comer. Nem mesmo a disseminação de bibliotecas existe, o que dirá de incentivar o brasileiro a ler. Vale lembrar que metade dos livros vendidos e apurados pelas CBL e SNEL são vendidas para o governo, principalmente para as escolas. Ou seja, o problema é a falta de um planejamento estratégico de leitura do Ministério da Cultura. Não é à toa que você não encontra grandes e boas livrarias em favelas, muito menos museus ou teatros. A cultura no Brasil ainda é vendida e consumida para quem tem dinheiro, em sua maioria.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com