Magazine Luiza, IDV e Varejo querem prorrogação do IPI, e?
As grandes redes varejistas do País apresentarão ao governo na segunda semana de outubro de 2009 um pedido para a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os produtos da linha branca – geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos -, que está prevista para terminar no dia 31 de outubro. Segundo Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o setor quer que a isenção siga até dezembro e, no caso das máquinas de lavar, que seja redefinida uma nova alíquota.
“Não tem cabimento pagar 20% de IPI na máquina de lavar. A redução para 10% ajudou demais nas vendas. Vamos pedir ao governo que mantenha fixo o IPI nesse patamar. Para os demais produtos, vamos pedir prorrogação da isenção até dezembro”, afirmou, em entrevista ao Último Segundo.
Segundo Luiza Helena, o programa do governo – implantado para ajudar o setor em meio à crise mundial – elevou as vendas do varejo entre 25% e 30% neste ano. A presidente do Magazine Luiza alerta, por outro lado, que o fim da redução do IPI afetará a saída dos produtos. “Se o governo voltar com o IPI normal, as vendas devem cair cerca de 15%”, pontuou.
No mês de abril, o governo anunciou a redução do imposto para os produtos de linha branca, com o objetivo de estimular as vendas no varejo. A medida venceria em 15 de julho, mas voltou a ser prorrogada. A redução no imposto foi aplicada sobre as geladeiras (que caiu de 15% para 5%), fogões (de 5% para zero), máquinas de lavar (de 20% para 10%) e de tanquinhos (de 10% para zero). A partir de 1º de novembro, as taxas voltam aos patamares pré-crise.
Do lado dos varejistas o posicionamento é claro. Enfrentaram a crise, foram ajudados pelo governo (fator externo: impostos) e agora, bem na reta final para abastecer as lojas e planejar o Natal e o final do ano, a redução do IPI pode garantir mais vendas.
Do lado do governo, um fator é importante: arrecadação de impostos. O final do ano, pelo aumento do consumo natural e pelas festas, é a época em que mais poderá arrecadar após a crise. E o governo tem à seu favor, boas notícias e o que move os seus atos para com os empresários, não é mais a crise, e sim o nível de empregos.
Se a proposta dos varejistas não tiver a quantidade de contratação e geração de emprego nessa reta final (o que já é comum para reforçar o final do ano), essa redução do IPI para a linha branca poderá não emplacar. É ver para crer. Mas quem chora não mama. Ninguém é inocente nesse cenário. A estratégia é clara, vender mais e lucrar mais às custas do consumo.
Abs,
Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com
Fonte: ÚltimoSegundo