Advergames, a publicidade invade os games

sexta-feira, outubro 16, 2009 Jony Lan 0 Comments

O lançamento de celulares de última geração, como o iPhone - que possui diversos recursos integrados, como conectividade, GPS e a capacidade de comportar games de alta tecnologia, tem despertado o interesse de desenvolvedoras de games para esta nova plataforma. É um novo segmento à ser explorado. Já comentei o mercado dos games aqui.

Com cerca de 17 milhões de iPhones e 13 milhões de iPod Touches no mercado, e acesso a milhares de jogos na loja da marca, os consumidores estão comprando e jogando cada vez mais. Para acompanhar este boom, as empresas desenvolvedoras de games estão em busca de uma fatia cada vez maior deste segmento apresentando milhares de novidades na área, sejam jogos casuais, jogos para entretenimento, jogos de categorias variadas ou jogos típicos de fliperama.

Com a tendência de "all in one", a convergência começa a fazer efeito nos negócios, no marketing e cria mais um segmento para as mídias.

A cada dia são lançados mais jogos para celulares e só a App Store, da Apple, oferece cerca de 13 mil opções. Para atender esta demanda, algumas marcas resolveram investir em advergames, ações publicitárias que divulgam uma marca por meio de um game, fazendo com que a mensagem seja captada pelo jogador por um período maior que as ações usuais.

Tendência
Para acompanhar esta tendência, a Webcore Games, empresa especializada na criação de jogos e advergames, tem investido na produção de games para iPhone e iPod Touch. Em parceria com a FingerTips, a empresa desenvolveu o Honda City, criado e planejado pela BG Interativa, um jogo de corrida para estas plataformas, considerada a primeira produção brasileira em 3D para iPhone que dá ao usuário uma visão virtual da experiência de direção do Honda City, um dos modelos da montadora.

“As possibilidades de novas formas de se jogar que a plataforma do iPhone traz são incríveis. É possível pensar em novas mecânicas de jogos que antes não eram prováveis, pois o usuário não fica limitado aos botões existentes em um telefone celular comum”, afirma Fernando Chamis, CEO da Webcore Games.

Case Honda
O jogo do Honda City, disponível na App Store, consiste em um desafio contra o tempo no qual o jogador deve pilotar o Honda City e desviar dos obstáculos para chegar ao final do percurso. Uma boa pontuação confere estrelas que habilitam novos desafios representados por cidades brasileiras, como Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Mas nem tudo são flores
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgou os índices de impostos aplicados sobre produtos brasileiros. Com isso, você já deve imaginar que os games está nesse meio. E de fato, não só está nesse meio como sofre a maior porcentagem de impostos entre os eletrônicos: 72,18%.

De acordo com João Eloi Olenike, diretor técnico do IBPT, os games são supérfluos. “Pelo princípio da Seletividade, o legislador deve destinar alíquotas mais altas para os produtos mais desnecessários à população e alíquotas menores aos mais necessários e essenciais, como exemplo os produtos da cesta básica”, disse Olenike.

Abaixo você pode conferir a lista de impostos atribuídos sobre algumas classes e produtos, e tirar sua própria conclusão sobre o assunto:
* Consoles de videogame: 72,18%
* Jogos de videogame: 72,18%
* MP3 players: 49,45%
* Televisores: 44,94%
* Computadores acima de R$ 4 mil: 33,62%
* Computadores até R$ 4 mil: 24,30%
* Celular: 39,80%

Em um ambiente de desafios como esses, não é à toa que o escritório da Electronic Arts no Brasil, que fica na Zona Sul de São Paulo, irá encerrar suas atividades em breve. Segundo fontes do mercado e até internas da empresa, o escritório deixará de exercer suas atividades até dezembro de 2009.

Com isso, a companhia que trazia a localização de jogos, tradução, legendas, além do posicionamento de marketing e assessoria com a imprensa, não ofecererá mais esses serviços.

Outras fontes até afirmam que a empresa sofrerá apenas um “encolhimento”, sendo que a parte de celulares (EA Mobile) ficaria ainda funcionando pelas mãos do executivo Jonatan Harris.

No mercado dinâmico das mídias digitais, adaptar às mudanças do ambiente se faz necessário. Mas não se engane, a geração de gamers de hoje serão seus futuros consumidores de amanhã.

Abs,

Jony Lan
Especialista em estratégia, marketing e novos negócios
jonylan@mktmais.com

Fonte: PCMag

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