Plano de contingência aéreo - Ocean Air e Infraero, "jogo do empurra"
Ontem (05/08/09), o voo 6151 da Ocean Air, com destino a Congonhas, São Paulo, foi abortado no momento da decolagem no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Segundo informações do piloto do vôo da GOL e que estava, dois pneus de um dos trens de pouso da aeronave estouraram durante o processo de aceleração para a decolagem. O avião derrapou sobre a pista e o trem de pouso afundou no asfalto da pista.Resultado: o avião da Ocean Air ficou atravessado na pista do aeroporto de Confins e foi interditado.
Consequências:
1 - todos os pousos e decolagens em Confins foram suspensos até que a aeronave fosse retirada da pista.
2 - quem estava para pousar, ficaram com procedimentos padrão, ficar circulando esperando autorização ou resolução do problema.
Para a Infraero, a responsabilidade de retirar aeronave era da cia aérea, Ocean Air. Como não conseguiram retirar a tempo, virei vítima do sistema aéreo brasileiro. FALTA DE PLANO DE CONTINGÊNCIA.
O vôo da Gol em que estava partia de São Paulo para Belo Horizonte às 21:35. Resultado do meu vôo em função do atraso da liberação do aeroporto de Confins:
1 - Atrasaram o embarque, o ônibus do translado da sala de embarque até o avião, retornou à sala de embarque e depois ao avião.
2 - Depois de 30 minutos dentro do avião, informam aos passageiros do problema em Confins, mas que decolaríamos assim mesmo.
3 - No meio do caminho, Confins não tinha sido liberada. O piloto avisa que vai ficar voando em círculos.
4 - À 00:00 de 06/08/08, a Gol informa que vai pousar no galeão porque o avião não tem mais combustível pra ficar voando em círculos.
5 - À 00:30, o avião chega no Galeão e a empresa fica sem saber o que fazer com os passageiros, se deslocam para um hotel ou se aguardam liberação de Confins.
6 - Com fome, à base de biscoito de água, os passageiros começam a reclamar com a área operacional da Gol no Rio. Resposta: não podem fazer nada. Resultado, estamos preso dentro do avião à base de água e biscoitos.
7 - Às 2:30, o avião decola com destino à Confins, a pista foi liberada.
8 - Às 3:40, o avião chega à Confins. Outros vôos atrasados também desembarcam. Detalhe, não há táxis suficientes para os passageiros. O ônibus que faz o translado para Belo Horizonte não está disponível.
Conclusão:
1 - A infraero se tornou responsável por mostrar que não tem competência em solucionar problemas que ocorrem nos aeroportos a tempo de evitar transtornos aos seus clientes, os passageiros.
2 - As Cias aéreas não estão preparadas para imprevistos que não sejam apenas os procedimentos padrões.
3 - As Cias aéreas pecam em fornecer informações e soluções alternativas para os seus clientes em casos de problemas fora dos padrões.
4 - Os passageiros são meras peças de uma operação mais importante para as Cias áereas, manter o cronograma de vôo das aeronaves.
E para fechar com chave de ouro, respondi à uma pesquisa da Infraero antes do embarque, simplesmente perguntando sobre o atendimento no aeroporto. Ironia do destino, as estratégias na área de serviços sempre precisam ter planos de contingências e mais, precisam entender que se os serviços são para pessoas, precisam pensar primeiro nelas, clientes. Sem elas não há serviços.
Fontes: Principais jornais do país (O Globo, Estadão, O Tempo, etc) e do próprio autor do Blog.
